RESUMEN
Ibuprofen is widely commercialized in racemic form. Although metabolic chiral inversion occurs through the conversion of R(-)-ibuprofen to S(+)-ibuprofen and the latter enantiomer is considered the active form, clinical trials involving the administration of a racemate to S-enantiomer dosage ratio of 1:0.5 have demonstrated that S(+)-ibuprofen is as efficacious as the racemic formulation. Moreover, the R(-)-enantiomer has been implicated in adverse gastrointestinal effects found with the racemic form, but the mechanisms involved in this process are not yet fully understood. The aim of the present study was to evaluate the anti-inflammatory activity of a racemate to S(+)-ibuprofen dosage ratio of 1:0.5 using the carrageenan air pouch model of inflammation and determine both ulcerogenic activity and the chiral conversion rate in rats. An in vitro study of the cytotoxicity of racemate and S(+)-ibuprofen in gastric cells was also performed. Although the plasma level of S(+)-ibuprofen was raised after racemate administration, no significant difference was found in anti-inflammatory activity, as assessed by exudate formation, PGE2 production and leukocyte migration to the air pouches. Fewer gastric lesions were found after S(+)-ibuprofen administration, despite the low gastric PGE2 content. In the in vitro study, the racemic compound proved more cytotoxic than S(+)-ibuprofen. The present findings suggest that the S-enantiomer of ibuprofen could be considered a therapeutic alternative to minimize gastrointestinal side effects, since the chiral inversion of R(-)-ibuprofen to S(+)-ibuprofen did not result in an improved anti-inflammatory response.
O Ibuprofeno é normalmente comercializado na forma racêmica. Embora ocorra inversão quiral convertendo a forma R(-)- em S(+)-ibuprofeno e, a última seja considerada a forma ativa, a administração da proporção 1:0,5 (racemato: S-enantiômero) demonstrou que o S(+)-ibuprofeno é mais eficaz que a formulação racêmica. Adicionalmente, o R(-)-enantiômero está envolvido nos efeitos adversos gastrintestinais descritos para a formulação racêmica, embora os mecanismos não sejam complemente compreendidos. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antiinflamatória da proporção 1:0,5 (racemato:S-ibuprofeno) utilizando o modelo experimental de bolsa de ar, a atividade ulcerogênica e a taxa de conversão quiral em ratos. Também estudamos in vitro, a citotoxicidade provocada pelo racemato e S(+)-ibuprofeno em células gástricas. Embora os níveis plasmáticos de S(+)-ibuprofeno tenham aumentado após a administração do racemato, a atividade antiinflamatória avaliada pela formação de exsudato, produção de PGE2 e migração de leucócitos para a bolsa de ar não foram diferentes. As lesões gástricas foram reduzidas após a administração de S(+)-ibuprofeno, apesar da inibição de PGE2 gástrica. In vitro, o composto racêmico foi mais citotóxico que o S(+)-ibuprofeno. Nossos resultados sugerem que o S-enantiômero do ibuprofeno pode ser considerado uma alternativa terapêutica visando a redução dos efeitos colaterais gastrintestinais, visto que a inversão quiral do R(-)- para o S(+)-ibuprofeno não resultou em melhora do efeito antiinflamatório observado.