RESUMEN
Apesar da crescente experiência adquirida com as campanhas nacionais da voz na triagem de indivíduos com alterações laríngeas, ainda não estabelecemos qual o melhor método de avaliação: triagem fonoaudiológica exclusiva, exame laringoscópico exclusivo ou trabalho conjunto médico/fonoaudiólogo para triagem. OBJETIVO: O objetivo do atual estudo foi avaliar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo da análise perceptivo auditiva da voz em comparação com videolaringoscopia como método de triagem de indivíduos com alterações laringofaríngeas. MATERIAL E MÉTODO: Foram comparados os aspectos vocais (escala GRBASI, pitch, loudness, CPF e ressonância) e videolaringoscópicos de 567 indivíduos que participaram da Campanha da Voz 2005 em um hospital universitário terciário. RESULTADOS: A alteração laríngea mais freqüente foi o refluxo laringofaríngeo (RLF) (43,5 por cento), seguida de lesões benignas (17 por cento) e suspeitas de malignas (1 por cento). A sensibilidade da avaliação perceptivo-auditiva da voz foi 91 por cento para os pacientes com lesões benignas e 100 por cento nas suspeitas de maligna, porém apenas 76 por cento no RLF. Dos exames considerados normais 52 por cento foram flagrados como tendo alterações vocais. O valor preditivo positivo foi de 71 por cento e o negativo foi de 61 por cento. CONCLUSÕES: Apesar de importante, a análise perceptivo-auditiva não deve ser usada como único instrumento de triagem em campanhas de saúde vocal.
Despite the growing experience obtained from the National Pro-Voice Campaigns in screening individuals with laryngeal alterations, we still have not established which would be the best assessment method: speech and hearing screening alone, laryngoscopy alone, or a joint work with physicians and speech therapists doing the screening together. AIM: the goal of the present study was to assess the sensitivity, specificity, positive and negative predictive values of the auditory voice-perception analysis compared to videolaryngoscopy as a screening method for individuals with laryngo-pharyngeal disorders. MATERIALS AND METHODS: We compared the vocal aspects (GRBASI scale, pitch, loudness, CPF and resonance) and videolaryngoscopic from 567 individuals who participated in the National Pro-Voice Campaign 2005 in a tertiary university hospital. RESULTS: the most frequent laryngeal alteration was laryngo-pharyngeal reflux (LFR) (43.5 percent), followed by benign lesions (17 percent) and suspected malignant lesions (1 percent). The sensitivity of the auditory voice-perception assessment was of 91 percent for patients with benign lesions and 100 percent in those with suspected malignant lesions; however, it was only 76 percent in LFR. Of those tests considered normal, there were vocal alterations in 52 percent. The positive predictive value was of 71 percent and the negative was 61 percent. CONCLUSIONS: Despite its importance, the auditory voice-perception assessment should not be used as a single screening instrument in voice health campaigns.