Confrontando Winnicott com os azares da hipermodernidade / Confronting Winnicott with the hazards of hypermodernity

Estudarei a maneira pela qual os diversos dispositivos da cultura incidem sobre a pessoa que virá a ser nosso analisado. Falarei de uma cultura da modernidade e de uma cultura da hipermodernidade que teoricamente correspondem ao exercício da repressão e da permissividade. Falarei das influências destas culturas no homem concreto atual (portanto também em nossos analisados e em nós mesmos terapeutas) produzindo tanto mal-estar quanto bem-estar. E, finalmente, apontarei os caminhos presumíveis de superação do mal-estar da modernidade e da hipermodernidade tendo como um dos principais guias o pensamento de Winnicott.

This article will present a study on how the many cultural devices affect our psychoanalytical clients to be. A culture of modernity as well as a culture of hypermodernity corresponding to the exercise of repression and permissiveness, respectively, and how the concret current man (this including our clinical patients and ourselves therapists) in influenced by such cultures in the production of as much descontent as well-being. Finally, in points out ways of overcoming the discontent of modernity and hypermodernity taking the thinking of Winnicott as a major leading guide.

Um olhar ético atual produtor de antigos e contemporâneos processos de subjetivação / A present-day ethical view producer of an old and a coeval subjectivations process

O artigo desvela um modo de subjetivação que, embora já de há muito existente, passava desapercebido por não se coadunar com os contextos socio-culturais de épocas anteriores. Considera a formulação de uma ética compatível com os vários modos de subjetivação, da qual de pode falar como espera do inesperado, para que seja possibilitado um fino ajustè à contemporaneidade.

Transformações das relações amorosas na passagem do milênio / Love relationship changes by the millenium

A partir de duas películas cinematográficas, A lei do desejo de Almodovar e Beleza roubada de Bertolucci, o autor é levado a refletir sobre alguns aspectos experienciais e formais das atuais relações amorosas em transformação. O primeiro dos filmes citados apura nosso olhar e estimula nossa imaginação ao apresentar uma família formalizada de uma maneira sui-generis. O segundo apresenta-nos uma busca amorosa nem ligada a modelos nem reativa a eles, e, por isso mesmo, podendo percorrer uma gama extraordinária de afetos

Posturas terapêuticas na prática clínica / Therapeutic postures in clinical practice

Lança-se um olhar seletivo sobre a história da psicanálise, pinçando, por trás da técnica, quatro atitudes básicas do analista diante de seu cliente, denominadas de postura-espelho, postura-continente, postura-simbionte e postura-dialogal. Um exame mais apurado revela que estas posturas se manifestam em dois modos de comportamento: o comportamento interpretativo e o comportamento co-vivencial. A postura-continente ocupa um lugar ímpar na história da psicanálise: por seu intermédio, dá-se a transiçäo do comportamento interpretativo ao co-vivencial; pertence, pois, às duas espécies de comportamento, incluindo-se juntamente com as posturas simbionte e dialogal, no comportamento co-vivencial. O comportamento co-vivencial é revolucionário; modifica radicalmente a técnica analítica habitual, possibilitando ao psicanalista estar na relaçäo com o cliente de uma outra maneira, o que torna possível alcançar terapeuticamente um maior número de situaçöes clínicas. A grosso modo, e com todas as restriçöes cabíveis, atribui-se à postura-espelho uma preferência nas situaçöes neuróticas; a postura-continente fica referida às situaçöes borderlines; a simbionte às situaçöes psicóticas, e a dialogal ao trabalho com adolescentes