RESUMEN
Os militares são considerados um grupo de risco ocupacional para o desenvolvimento de queilite actínica (QA) e carcinoma de células escamosas de lábio (CCEL), devido ao desempenho de funções ao ar livre sob constante exposição aos raios solares ultravioleta (UV), sendo este o principal fator de risco destas doenças. Este trabalho tem como objetivo avaliar a relação entre QA e CCEL, associando a presença e o grau de gravidade da displasia epitelial oral (DEO) com o fator ocupacional em militares e dependentes, avaliar o fluxo de encaminhamentos para a Clínica de Estomatologia da Odontoclínica Central da Marinha (OCM). Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de QA ou CCEL diagnosticados no período de 2011 a 2023 na OCM e as variáveis coletadas foram: sociodemográfcas, ocupacionais, histórico de exposição solar, atividade militar, área anatômica acometida, presença e grau de DEO. A amostra foi composta por 89 (91,8%) casos de QA e 8 (8,2%) CCEL. Os militares representavam 83,1% dos casos de QA e 75% dos CCEL. Quanto à origem, 83,1% das QA e 62,5% dos CCEL procederam de encaminhamentos internos, da própria Organização Militar (OM). A DEO esteve presente em 72% das QA, não sendo observada associação estatisticamente signifcativa entre a exposição ocupacional com a presença e gravidade da DEO. Dois casos de CCEL tinham relato de QA prévia. Este estudo corrobora com os dados da literatura e demonstra a importância do Cirurgião-Dentista militar na prevenção e tratamento das doenças orais com risco ocupacional nas Forças Armadas.