RESUMEN
CONTEXTUALIZAÇÃO: A incontinência urinária (IU), condição clínica comum entre idosos, pode comprometer a qualidade de vida (QV) e, por esta razão, avaliar as repercussões sobre a mesma torna-se relevante. OBJETIVO: Desvendar como idosas submetidas a tratamento fisioterapêutico para IU percebem sua QV atual. METODOLOGIA: Este foi um estudo qualitativo que, por meio de entrevistas individuais semi-estruturadas, pesquisou a QV na perspectiva de doze idosas com 60 anos e mais. O tamanho da amostra foi determinado por meio de saturação. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente analisadas pela técnica da análise de conteúdo. RESULTADOS: A QV vinculou-se à saúde, autonomia, relacionamentos pessoais, estabilidade financeira e vida ativa. O comprometimento psicológico vinculou-se à preocupação e desagrado diante das perdas urinárias e receio de elas ocorrerem em locais não apropriados. O constrangimento de outras pessoas perceberem o odor de urina e a vivência prévia de situações também constrangedoras vincularam-se ao comprometimento social. CONCLUSÕES: A análise do conteúdo das entrevistas permitiu concluir que, apesar de a IU estar presente na vida das idosas, trazendo prejuízos psicológicos e sociais, a QV foi positivamente percebida.
BACKGROUND: Urinary incontinence (UI) is a common clinical condition among elderly people and may interfere with quality of life (QOL). For this reason, assessing its repercussions becomes important. OBJECTIVE: To ascertain how elderly women undergoing physical therapy for UI perceived their current QOL. METHOD: This was a qualitative study that investigated QOL from the perspective of twelve elderly women aged 60 years and over, by means of individual semistructured interviews. The sample size was determined by saturation. The interviews were recorded, transcribed and then analyzed using the content analysis technique. RESULTS: QOL was correlated with health, autonomy, personal relationships, financial stability and active life. Psychological impairment was associated with concern and disgust regarding urine loss and fear that this might occur in inappropriate places. Embarrassment because other people had noticed the smell of urine, and previous experience of similar embarrassing situations, was associated with social impairment. CONCLUSION: Content analysis on the interviews allowed the conclusion that, even though UI was present in these elderly women's lives and caused psychological and social harm, they had a positive perception of their QOL.