RESUMEN
Estudos recentes mostram elevada freqüência de transtorno de pânico em pacientes tratados pelos cardiologistas. Há poucos estudos psiquiátricos envolvendo os pacientes submetidos ao teste de esforço. Foi utilizada a Entrevista Clínica Estruturada (SCIDðI) para a DSMðIIIðR em 115 pacientes submetidos ao teste de esforço, divididos em dois grupos, de acordo com a existência (ou não) de cardiopatia: 74, para investigar possível isquemia miocárdica como causa da dor precordial (formando o grupo teste de esforçoðdiagnóstico); e 41, com cardiopatia comprovada (formando o grupo controle). Cerca da metade (46,2 por cento) daqueles com dor precordial e resultados normais no teste de esforçoðdiagnóstico sofriam de transtorno do pânico, versus 12,5 por cento dos com resultado anormal (X² = 4,609; p = 0,032) no teste de esforçoðdiagnóstico, e versus 9,7 por cento do grupo controle (X² = 13,0; p < 0,001). A elevada freqüência de transtorno de pânico entre os pacientes com resultado normal (46 por cento) no teste de esforçoðdiagnóstico aponta para a necessidade de se treinar cardiologistas, bem como outros especialistas, para o diagnóstico precoce e tratamento desta afecção