RESUMEN
No estado de Tocantins, Brasil coexiste dois cenários eco-epidemiológicos relacionados à transmissão vetorial do Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas (DC): 1) transmissão endêmica vetorial clássica a partir de triatomíneos que colonizam o ambiente artificial e 2) invasão domiciliar por vetores silvestres, sem colonização, expondo a população ao risco de infecção. Dessa forma, é de extrema importância demonstrar o risco de transmissão do T. cruzi em áreas onde o clássico controle vetorial não é eficaz em impedir a invasão domiciliar por triatomíneos. Diante disso, o principal objetivo deste estudo foi avaliar a invasão domiciliar por triatomíneos no estado de Tocantins, identificando as principais espécies envolvidas, índices de infecção pelo T. cruzi, bem como a relação entre focos de infestação por vetores não domiciliados e características ambientais. Para isso, o estudo parte da base de dados correspondente a nove anos (2005 a 2013) de notificação de triatomíneos em residências do estado, seguida de Modelagem Ecológica (ME). No período, foram notificados 30.773 triatomíneos, totalizando 14 espécies autóctones entre vetores domiciliados e não domiciliados. Triatoma sordida demonstrou maior índice de colonização no intra (41%) e peridomicílio (96%) e menor taxa de infecção natural (1,6%)
Dentre os vetores não domiciliados Rhodnius pictipes foi a espécie mais notificada (4.624), seguida por Pantrongylus geniculatus (2.889), Rhodnius neglectus (2.433), Triatoma costalimai (816) e Rhodnius obustus (783), todos com relevantes taxas de infecção natural e potencial de colonização intradomiciliar, exceto R. robustus. A região norte de Tocantins apresentou maior número de vetores não domiciliados nas residências. Em números absolutos, fêmeas de Rhodnius invadiram mais os domicílios em relação aos machos. De forma geral, a ME estimou mais invasões domiciliares por R. pictipes, R. robustus, R. neglectus e P. geniculatus em municípios com temperaturas mais amenas; em áreas fortemente antropizadas foi predito menos invasões, exceto para R. robustus. Mais invasões por R. pictipes podem ocorrer em municípios Amazônicos. Em municípios mais úmidos foi predito menos invasões por R. pictipes e R. robustus. Os resultados da ME ajudaram a explicar a variação das invasões domiciliares nos municípios do estado. A análise de dados combinados do Clima, Paisagem, Região e vetores, auxilia na predição/estratificação de risco de DC na ausência de colonização intradomiciliar por triatomíneos. Além disso, abre possibilidades adicionais para melhorar a vigilância epidemiológica nestas áreas
Asunto(s)
Humanos , Animales , Niño , Enfermedad de Chagas/transmisión , Triatominae , Trypanosoma cruzi/parasitologíaRESUMEN
Introduction Biological collections are depositories of information on different species and contribute to the knowledge, protection, conservation and maintenance of biodiversity. Methods A list of triatomine species currently included in the Collection of Chagas Disease Vectors (FIOCRUZ-COLVEC) was prepared from the database made available by the Reference Center on Environmental Information. Results COLVEC curatorship houses 4,778 specimens of triatomines, of which 811 come from other American countries (Argentina, Bolivia, Colombia, Costa Rica, the United States of America, Guatemala, Mexico, Peru, Uruguay and Venezuela) and 3,967 are autochthonous from Brazil. Altogether, 56 species of Chagas disease vectors are represented in the COLVEC: two species of the Tribe Cavernicolini Usinger, 1944; fifteen species of the tribe Rhodniini Pinto, 1926, of which 12 are of the genus Rhodnius and 3 are of the genus Psamolestes; and 39 species of the tribe Triatomini Jeannel, 1919, represented by the genus Dipetalogaster, two species of the genus Eratyrus, two of the genus Meccus, seven of the genus Panstrongylus and 27 of the genus Triatoma. Conclusions This list provides important data on the diversity of triatomines ...