RESUMEN
podem não ser identificados associados, dificultando e retardando o diagnóstico. A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada à rede de assistência à saúde no Brasil, por isso é importante o médico desse serviço reconhecer as características clínicas e laboratoriais do MM para conduzir adequadamente o paciente. Nosso objetivo foi verificar o conhecimento clínico e laboratorial sobre MM em médicos da APS. Foi realizado inquérito epidemiológico utilizando-se teste de múltipla escolha, aplicado em médicos das 137 Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte (MG), entre outubro e dezembro de 2006. Doenças crônicas e neoplásicas em idosos foram reconhecidas como causas de anemia normocrômica e normocítica por 127 (94,1%) médicos;lesões osteolíticas ao Raio-X não foram associadas ao MM por 83 (61,5%); quadro clínico de hipercalcemia não foi clinicamente suspeitado pela maioria, 82 (60,7%); a eletroforese de proteínas foi incorretamente interpretada por 96 (71,1%) médicos eapenas 49 (36,3%) pensaram em MM diante de caso clínico característico. O tempo de graduação e de trabalho do médico na APS, assim como a existência de especialização médica, não influenciaram os resultados. Os sinais, sintomas e achados laboratoriais do MM não foram identificados por grande parte da população estudada, sendo umindicador da necessidade de maior interação entre os níveis de atenção secundária e primária, o que proporcionará educação compartilhada e continuada entre os profissionais dos diferentes níveis de atenção à saúde e maior eficiência no cuidado do paciente.
Multiple myeloma (MM) presents clinically with unspecific symptomswith an association that may not be identified, thus delaying the difficult diagnosis. Primary healthcare (PHC) is the doorway to the health system in Brazil; hence, doctors in this service should be able to recognize clinical and laboratorial characteristics of MM, inorder to manage the patient properly. Our objective was to verify clinical and laboratorial knowledge on MM of doctors working in PHC. An epidemiological survey was performed using a multiplechoice test completed by doctors of the 137 PHC units in Belo Horizonte(MG), between October and December 2006. Chronic and neoplastic diseases were recognized as causes of normochromic and normocytic anemia by 127 (94.1%) doctors; osteolytic lesions in the X-ray were not associated to MM by 83 (61.5%); clinical manifestations of hypercalcemia were not a clinical suspicion for the majority (82 - 60.7%); protein electrophoresis was incorrectly interpreted by 96 (71.1%) doctors and only 49 (36.3%) considered MM when presented with a characteristic clinical case. Neither timesince graduation, nor time working in PHCs, nor medical specialty influenced the results. A large proportion of the studied population failed to identify the signs, symptoms and laboratorial findings of MM, which indicates the need for a greater interaction between secondary and primary healthcare professionals, which will, in turn, promote shared and continuous education among professionals at the different levels of healthcare and a higher efficiency in patient care.