RESUMEN
Entre as complexas questões de formação médica, o artigo traz à tona a escolha precoce da especialidade pelo estudante de medicina. Embora, conceitualmente, essa escolha seja reconhecida pelos movimentos da educação médica das últimas décadas como prejudicial à formação do futuro médico, na prática tem se mostrado cada dia mais frequente e até mesmo tem sido estimulada pelos atores da escola médica. Tal conduta pode propiciar uma formação inadequada ao exercício profissional, já que este aluno ainda na graduação tende a se desinteressar pelas disciplinas básicas e fundamentais do curso, colocando-as em segundo plano diante da especialidade escolhida. Aspectos do processo de especialização, das tendências contemporâneas do mundo do trabalho médico e questões relativas à educação médica - associados a um inquérito dirigido a 202 alunos e 60 egressos de uma instituição privada de ensino universitário localizada numa cidade do interior do estado do Rio de Janeiro - compuseram um estudo que prôpos identificar, entre os alunos do 1º, 3º e 5º ano do curso de graduação, os fundamentos da precoce escolha de uma especialidade médica; e, entre os egressos, as concepções a respeito da sua situação profissional atual relacionada com a sua formação. Associado ao perfil definido pelas diretrizes curriculares nacionais e ao momento em que se encontram as iniciativas de transformação da educação médica, o estudo sugere pontos de reflexão para gestores, professores e alunos da escola médica.