Efeitos da coledocoduodenostomia sobre o refluxo enterogástrico: resultados preliminares / Effect of choledochoduodenostomy on enterogastric reflux: preliminary report

A gastrite alcalina de refluxo resulta da lesäo da mucosa ocasionada pelo conteúdo duodenal. Ela ocorre mais comumente após a gastrectomia parcial distal. Um aumento do refluxo enterogástrico também foi descrito após coledocoduodenostomia. O objetivo do presente estudo foi quantificar o refluxo enterogástrico em indivíduos normais e em pacientes submetidos a coledocoduodenostomia. O refluxo foi avaliado pela injeçäo endovenosa de 99 mTc-DISIDA, seguida de aspiraçäo do conteúdo gástrico e cálculo do índice de refluxo enterogástrico (porcentagem do radiotraçador recuperada no aspirado gástrico). Os resultados obtidos demonstram que o refluxo enterogástrico näo difere significativamente nos dois grupos

Diagnóstico e tratamento cirúrgico do sarcoma gástrico / Diagnosis and surgical treatment of gastric sarcoma

Os autores apresentam 18 casos de sarcoma gástrico, sendo 12 de origem linfóide (grupo L) e seis de origem näo linfóide (NL), atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto da USP, no período de 1958 a 1983. Quatorze pacientes eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino, com idade variando de 18 a 78 anos. Com relaçäo ao diagnóstico, a seriografia contrastada de esôfago e duodeno, realizada em 13 doentes, apresentou diagnóstico correto de 7,6%. O exame endoscópico com biópsias dirigidas feito em nove doentes, teve acerto diagnóstico em 78% dos casos. Dos 18 diagnósticados, um morreu antes da cirurgia e 17 operados: 14 (ressecçäo do tumor) e três (gastrojejunostomia paliativa). A mortalidade operatória foi de 5,8% e a sobrevida de cinco anos foi de 45,5% para os pacientes do grupo L e 50% para os do grupo NL, sem diferença significativa (p > 0,05)

Caracterizaçäo dos tipos de úlcera gástrica pela acidez gástrica e pela localizaçäo da úlcera / Characterization of gastric ulcer types by gastric acidity and ulcer localization

Duzentos e noventa e dois pacientes com úlcera gástrica foram estudados e as úlceras classificadas de acordo com a localizaçäo no estômago. Cinqüenta por cento dos pacientes estudados apresentaram úlcera no corpo gástrico (tipo I), 27% úlcera gástrica concomitante com úlcera duodenal (tipo II) e 23% úlcera pré-pilórica (tipo III). Em 125 destes pacientes foi avaliada a produçäo máxima de ácido (PMA) em resposta ao estímulo da histamina que foi comparada com a de 140 pacientes com úlcera duodenal e a de 23 controles näo ulcerosos. As úlceras gástricas, tomadas conjuntamente, estiveram associadas à PMA equivalente à do grupo controle, porém com dispersäo muito grande dos valores individuais, sugerindo que aquela populaçäo é constituída por entidades diferentes entre si. A análise de secreçäo gástrica de ácido dos pacientes portadores dos tipos I, II e III de úlcera gástrica (UG), comparada com a dos grupos com úlcera duodenal (UD) e a de controle, sugere o seguinte gradiente teórico para a PMA: UD > = UG + UD = UG pré-pilórica > = C > UG do corpo. As úlceras gástricas dos tipos II e III alinham-se secretoriamente mais com as úlceras duodenais do que com as gástricas do tipo I e, quando com indicaçäo cirúrgica, devem ser tratadas como as úlceras duodenais, com cirurgia que obrigatoriamente inclua vagotomia

Pancreatites: comentários a respeito da fisiopatologia e dos agentes etiopatogênicos / Pancreatitis: comments on the physiopathology and etiopathogenic agents

Após observaçäo prolongada de casos clínicos e ponderaçöes sobre trabalhos experimentais e da literatura, propöe-se uma esquematizaçäo dos fenômenos fisiopatológicos que ocorrem nas pancreatites decorrentes do processo inflamatório sempre presente, tanto na fase aguda como na fase crônica, mas nem sempre exteriorizado por um quadro clínico típico. Apresenta-se uma classificaçäo dos agentes agressores do pâncreas, baseada também na capacidade de desencadear um processo inflamatório, primário ou secundário, que poderá facilitar a compreensäo e explicar a evoluçäo das pancreatites