RESUMEN
A Morte celular programada ou apoptose é parte intrínseca do desenvolvimento de tecidos e órgãos, sendo descrita também no feto e na placenta. Considera-se, na atualidade, que a apoptose tem papel crítico nos diferentes estágios de desenvolvimento placentário, incluindo a invasão intersticial e endovascular e a tolerância imunológica materna. Na evolução da gestação, o trofoblasto sofre modificações específicas em suas camadas celulares. Estas alterações têm como objetivo diminuir a espessura do trofoblasto para facilitar a nutrição e a oxigenação fetal. Vários trabalhos demonstraram a ocorrência de apoptose no trofoblasto durante a gestação, com maior freqüência observada no terceiro trimestre e na gravidez pós-termo, sugerindo que a apoptose participa do processo normal da senescência placentária. Entretanto, incidência mais elevada de apoptose tem sido observada em placentas humanas complicadas pela restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) e na pré-eclâmpsia, sugerindo que a apoptose possa ser evento patológico essencial. Analisar este fenômeno celular, que até há alguns anos atrás era pouco conhecido, deverá ampliar os conhecimentos na área da perinatologia, aumentando o entendimento sobre a placentação normal e a disfunção placentária nas gestações de risco