Estudo da susceptibilidade da Biomphalaria stramínea (Dunker, 1848) de Taubaté, SP, à infecção por cepa S.J. de Schistosoma mansoni do Vale do Paraíba, SP / Comparative susceptibility of Biomphalaria straminea (Dunker,1848) and B. tenagophila from Taubaté, SP, to infection with the strain of Schistosoma mansoni from Vale do Paraíba, SP

Estudou-se a susceptibilidade de Biomphalaria straminea, originária do município de Taubaté, SP, comparativamente com Biomphalaria tenagophila, à infecção pela cepa S.J. de Schistosoma mansoni de São José dos Campos. Pretendeu-se determinar o potencial epidemiológico destas espécies como hospedeiros intermediários de S. mansoni frente a cepa valeparaibana. Foram inoculados individualmente 250 B. straminea e 250 B. tenagophila e mais o grupo controle. Tais moluscos ficaram sob observaçäo durante 60 dias. Foram depois esmagados para detectar presença de esporocistos nos órgãos internos. Ao término do experimento B. straminea não se mostrou suscetível à infecção pela cepa S.J. e B. tenagophila apresentou 82,2% e 83,2% de infecção nos três lotes (AU).

Primeiro encontro de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) no Município de Taubaté, Vale do Paraíba, Estado de São Paulo / First encounter of Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) in the Municipality of Taubaté, Vale do Paraíba, State of São Paulo

Os planorbídeos da espécie Biomphalaria straminea têm vasta distribuição no Brasil. No Estado de São Paulo, a introdução dessa espécie ocorreu em 1969, através de peixes importados do Nordeste do Brasil, segundo R.R. Corrêa et alii (19,70). Em 1972, J.T. Piza et alii assinalaram a existência da B. straminea em apenas três municípios do Estado de São Paulo. Em 1975, o primeiro foco dessa espécie foi encontrado no município de Cruzeiro, SP, por L. Santos. No mesmo local, em 1980, este autor detectou pela primeira vez B. straminea naturalmente infectada. A carta malacol6gica elaborada por J.F. Vaz et alii, em 1981, já acusa a presença dessa espécie em vinte e cinco municípios, mostrando portanto a sua disseminação. Em 1985, L. Santos et alii identificaram pelo exame da genitália, num lote de 87 caramujos provenientes de um ranário do município de Taubaté, a espécie B. straminea, até então não assinalada neste município. Os girinos desse ranário provinham da cidade de Igaratá, SP, onde os planorbideos eram encontrados comumente junto a plantas aquáticas. Taubaté situa-se quase no centro geográfico de uma região endêmica de esquistossomcse, o Vale do Paraíba. Por este motivo, são recomendadas medidas adequadas de vigilância epidemiol6gica para que se não alastre a B. straminea, ainda em fase de adaptação ao ecossistema da região (AU).