RESUMEN
Entendendo a amamentação como uma categoria híbrida que envolve a natureza, a cultura e a subjetividade, investigamos um grupo de homens-pai diante da amamentação de seus filhos ao seio materno. A literatura brasileira apresenta uma lacuna no tocante a temas relacionados ao pai frente à fase de gestação, parto e pós-parto, sobretudo no tocante à amamentação do filho. O estudo se pautou na metodologia qualitativa. Os homens que vivem sob o mesmo teto com suas companheiras, cujos filhos foram amamentados exclusivamente ao seio até o 4º mês e que nascem em maternidades particulares da cidade do Rio de Janeiro se constituíram no público alvo do estudo. Os resultados mostraram pais que se posicionaram diante da amamentação de uma maneira favorável, demonstrando apoio, cumplicidade, mas também sentimento de ciúme e exclusão. Apresentaram também um comportamento sexual em interação com o da companheira na fase de gestação, parto e amamentação. Diante do nascimento do filho se posicionaram com admiração e desejo de formar vínculo e deram sugestões para o sistema de saúde, pois se sentiram excluídos do atendimento voltado para o início da vida. Concluímos que o pai pode ter um importante papel de apoio na fase de amamentação, portanto deve ser incluído nos programas de saúde da família, desde as primeiras consultas ao pré-natal, para que os sentimentos de insegurança e ciúme não interfiram negativamente na amamentação do filho, podendo assim dar o seu apoio.