RESUMEN
Objetivo: Identificar a prevalência de amputações bilaterais de membros inferiores em um Serviço de referência no estado do Rio Grande do Sul, bem como identificar suas principais características. Pacientes e Métodos: Retrospectivamente, foram revisados 288 prontuários do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do Hospital Nossa Senhora da Conceição, entre janeiro de 2000 e abril de 2001, referentes às amputações maiores das extremidades inferiores realizada pelo Serviço e Cirurgia Vascular. Duzentos e oitenta e oito pacientes amputados foram divididos em dois grupos 225(78,1 por cento) com amputação unilateral (grupo I) e 63(21,9 por cento) com amputação bilateral (grupo II), das quais 24 foram realizadas no mesmo período do estudo, totalizando 312 amputações maiores. Revisamos dados quanto à idade, sexo, doenças associadas, apresentação clínica (dor de repouso, lesão trófica ou complicações do pé diabético), tipo e nível de amputação e taxa de mortalidade. A análise estatística foi realizada pelo teste de qui-quadrado (X ao quadrado)e o valor de P<0,05 foi considerado significante.Resultados: Das 312 amputações, 238 (76,3 por cento) foram realizadas acima do joelho e 74 (23,7 por cento) abaixo do joelho, com razão abaixo do joelho/acima do joelho de 0,31. Não houve diferença estatística entre os grupos I e II em relação à idade, presença de doenças associadas, tipo de amputação e mortalidade. A lesão trófica foi a queixa mais freqüente em ambos os gruopos (68,4 por cento). A taxa de amputação primária geral foi de 72,9 por cento e a presença de pé diabético mostrou ser mais comum no grupo I (17,3 por cento) do que no grupo II (1,6 por cento;P<0,05). Entre as causas de amputação no grupo II tivemos 62 pacientes (98,4 por cento) com isquemia crítica e apenas um com pé diabético. No grupo II, tivemos 49 amputações (77,8 por cento) de coxa bilateral; sete(11,1 por cento)coxa-perna e sete(11,11 por cento) perna bilateral,sendo que os não biabéticos apresentaram maior índice de amputação em coxa bilateral (96,4 por cento; P<0,05). As taxas de mortalidade e de amputação primária, na amputações bilaterais com intervalo inferior a 30 dias, foram iguais a 50 por cento e 100 por cento, respectivamente (P<0,05). Conclusões: A prevalência de biamputados foi igual a 20,2 por cento em nosso serviço. A taxa de mortalidade foi igual a 50 por cento, quando ambas amputações foram realizadas em um período inferior a...