RESUMEN
A dilaceração radicular é uma anomalia que normalmente é um achado radiográfico. Esse achado é de fundamental importância para o planejamento endodôntico, cirúrgico e ortodôntico. A amostra estudada constou de 182 pacientes, com todos os dentes presentes na boca, com exceção dos terceiros molares, totalizando 5.096 dentes. Com essa amostra fizemos a verificação da presença de dilaceração, do tipo, do terço radicular em que ocorre, dos dentes mais acometidos, verificando assim, a prevalência de dilaceração nos dentes. Dos 182 pacientes examinados, 90 indivíduos tinham dilaceração em pelo menos um dente, resultando numa prevalência de 49,45 por cento de pacientes com dilaceração. Em um total de 5.096 dentes, encontramos 181 (3,55 por cento) dentes dilacerados, com uma média de 0,99 por cento de dentes dilacerados por paciente. Os indivíduos do sexo feminino foram os mais acometidos, e a dilaceração ocorreu mais na arcada superior (58,01 por cento). Dentre os tipos de dilaceração, quanto à severidade, encontramos 84,53 por cento de dilacerações discretas, 13,81 por cento de moderadas e 1,66 por cento de severas. O terço mais atingido foi o apical, afetado em 58,56 por cento dos casos; o terço médio foi afetado em 40,33 por cento; e o terço cervical, em apenas 1,10 por cento dos casos. Dentre as dilacerações, 93,37 por cento eram simples e 6,63 por cento, duplas. Os dentes mais comprometidos foram os incisivos laterais superiores direitos (13,26 por cento), os incisivos laterais superiores esquerdos (8,84 por cento), os segundos pré-molares superiores esquerdos (8,29 por cento), os segundos pré-molares superiores direitos (7,18 por cento) e os primeiros pré-molares inferiores esquerdos (6,63 por cento). Os pré-molares apresentaram mais dilacerações discretas, ao passo que os molares tiveram mais dilacerações moderadas e severas. Dentes com desvio simples apresentaram mais dilacerações no terço apical e dentes com desvio duplo apresentaram mais dilacerações nos terços médio e cervical. Com base nos nossos resultados, concluímos que qualquer planejamento endodôntico, cirúrgico ou ortodôntico não pode ser realizado sem que se faça um exame radiográfico prévio completo