RESUMEN
Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento dos médicos, através de sua conduta, em paciente com quadro de hipertensão arterial na fase aguda da isquemia cerebral. Também comentamos as principais condutas nesta fase, com ênfase na tensão arterial (TA). Método: Foram entrevistados 120 médicos de clínica médica e da cirurgia geral, em dez dos maiores Hospitais de Belo Horizonte, em 1997. Todos responderam a um questionário contendo um caso clínico de paciente hipertenso leve, admitido com quadro de isquemia cerebral e tensão arterial de 186X110 mmHg. Os profissionais deveriam optar por reduzir, aumentar ou manter a TA. Resultados: Dos entrevistados, 38 (31,7 por cento) responderam que reduziriam os níveis tensionais, 82 (68,3 por cento) optaram pela manutenção e nenhum aumentaria (p<0.05). Estes índices foram iguais nas duas especialidades. Já em relação ao tempo de formado, observou-se que aqueles com mais de 10 anos de graduação, apresentaram maior tendência a redução da TA (p<0,05), quando comparado aos mais jovens. Conclusão: A redução da TA prejudica a perfusão cerebral, podendo aumentar a área isquêmica ("Zona de penumbra"). Concluimos que, apesar de estar a maioria dos médicos ciente de conduta recomendada no manejo da hipertensão arterial na fase aguda dos quadros isquêmicos cerebrais 31,7 por cento ainda é uma taxa elevada de médicos despreparados para o atendimento emergencial de isquemia cerebral, considerando os prejuízos trazidos ao paciente em decorrência de conduta inadequada. Talvez o desenvolvimento de unidades especializadas no atendimento desses pacientes ("stroke units") possa melhorar tais índices.