RESUMEN
Objetivo: Analisar a prevalência das lesões neoplásicas do câncer do colo de útero com base no diagnóstico citológico.Métodos: Foram incluídas 54.338 mulheres que realizaram o exame de Papanicolaou no período de janeiro a dezembro de 2003 nos serviços públicos de Campinas, SP, Brasil. ResultadosAs prevalências por 100 mil mulheres foram 744 para lesão intraepitelial escamosa de baixo grau; 387 para lesão intraepitelial escamosa de alto grau; 15 para carcinoma escamoso invasivo; 1.054 para células escamosas atípicas de significado indeterminado; 21 para células glandulares atípicas de significado indeterminado; seis para adenocarcinoma in situ e adenocarcinoma invasivo. Foi identificada tendência de decréscimo da prevalência em relação à idade para o diagnóstico de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, lesão intraepitelial escamosa de altograu e células escamosas atípicas de significado indeterminado e aumento daprevalência para os diagnósticos de carcinoma escamoso invasivo, adenocarcinoma in situ e adenocarcinoma invasivo, enquanto, para células glandulares atípicasde significado indeterminado, o teste não resultou significante. Não se observou tendência de aumento ou decréscimo da prevalência das lesões em função do tempo decorrido desde o controle anterior. Conclusão: As lesões intraepitelial escamosa de baixo grau, lesão intraepitelial escamosa de alto grau e células escamosas atípicas de significado indeterminado são prevalentes em mulheres mais jovens. O carcinoma escamoso invasivo, célulasglandulares atípicas de significado indeterminado, adenocarcinomas in situ e adenocarcinoma invasivo apresentam maior incidência em mulheres mais velhas. O estudo indica que, realizar rastreamentos citológicos deste tipo, seja com um ano ou mais de intervalo, tem o mesmo impacto na prevenção do câncer, pois não se observou tendência de aumento ou diminuição na prevalência das lesões do câncer do colo de útero