RESUMEN
A questäo da drenagem peritoneal após colecistectomia tradicional permanece controversa. Vários estudos tentaram elucidar a questäo sem alcançarem sucesso devido ao delineamento retrospectivo, pequeno número da amostra ou ausência de randomizaçäo. Apesar disso, muitos dos cirurgiöes ainda utilizam a drenagem rotineiramente. Com o objetivo de contribuir para a elucidaçäo desta questäo, este estudo prospectivo distribuiu por randomizaçäo efetuada no transoperatório antes do fechamento da parede, um total de 126 pacientes submetidos a colecistectomia, 59 no grupo drenado (dreno de Penrose) e 67 no grupo näo drenado, 4,7 por cento dos pacientes foram operados em regime de urgência com diagnóstico de colecistite aguda. Näo houve diferenças significativas entre os grupos com relaçäo a idade, sexo e duratpo da operaçäo. A análise estatistica foi feita visando estabelecer o risco relativo para complicaçäo (X2). A incidência de complicaçäes entre os grupos foi similar e näo teve significância estatística para um alpha=0,05. A infecçäo de ferida operatória ocorreu em 5 (8,5 por cento) dos pacientes drenados e 2 (3 por cento) dos näo drenados. Ocorreram apenas duas infecçöes respiratórias (3,4 por cento), ambas no grupo drenado; 72 pacientes foram submetidos a ecografia abdominal no quinto dia do pós-operatório, 4 (10 por cento) no grupo drenado e 3 (9,4 por cento) no grupo näo drenado aprsentaram coleçäo sub-hepática das quais nenhuma teve significado clínico. O tempo médio de hospitalizaçäo também foi similar (4 e 5 dias). Näo ocorreram óbitos durante o seguimento. Embora os resultados deste estudo näo apresentem significância estatística, tem significância clínica ao mostrar que a drenagem após colecistectomia näo apresenta vantagens para o paciente, devendo portanto ser abandonada.