RESUMEN
Os tocotraumatismos maternos acometem com mais frequência partes moles da genitália materna e, por isso, estão relacionados a substancial morbidade, como nos casos de rupturas perineais, vaginais e cervicais. A mortalidade é representada principalmente pela ruptura uterina. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco relacionados ao tocotraumatismo materno. Métodos: Estudo caso-controle, realizado em uma enfermaria de puerpério, no período de julho/2004 a dezembro/2005. Foram avaliadas variáveis maternas e fetais. As variáveis categóricas foram apresentadas como proporções, as com distribuição normal como média e desvio padrão, e as sem distribuição normal como mediana e intervalo interquartil. Para verificação das variáveis associadas ao tocotraumatismo materno, foram conduzidas análises bivariadas, com o teste qui-quadrado. Resultados: Dentre 2.137 puérperas, foram identificados 37 casos (1,7%) de tocotraumatismo. As lesões de primeiro e segundo graus foram as mais prevalentes (n=29; 78,4%). Foi observado um caso de ruptura uterina. As variáveis: a) segundo período de trabalho de parto inferior a 30 minutos, b) peso fetal entre 3.000g e 3.499 g, c) comprimento fetal entre 46 cm e 50 cm e d) perímetro torácico ≥33 cm estiveram associadas ao tocotraumatismo materno na análise bivariada, mas não tiveram significância quando da regressão logística. Conclusão: As lesões de primeiro e segundo graus foram as mais prevalentes (n=29). Parto vaginal, multiparidade e perímetro cefálico ≥33 cm foram identificados como fatores de risco independentes para lesão materna.
Maternal birth injuries affect most often the soft parts of the maternal genitalia and therefore are related to substantial morbidity, such as in cases of perineal, vaginal and cervical ruptures. Mortality is mainly represented by uterine rupture. The aim of this study was to identify risk factors related to maternal birth trauma. Methods: A case-control study conducted in a postpartum ward from Jul 2004 to Dec 2005. Maternal and fetal variables were evaluated. Categorical variables were shown as proportions, those with normal distribution as mean and standard deviation, and those without normal distribution as median and interquartile range. In order to check the variables associated with maternal birth trauma, bivariate analysis was conducted with the chi-square test. Results: Of 2,137 women, 37 cases (1.7%) of maternal birth trauma were identified. Lesions of first and second degrees were the most prevalent (n = 29, 78.4%). One case of uterine rupture was found. Variables (a) second period of labor less than 30 minutes, (b) fetal weight between 3,000 g and 3,499 g, (c) fetal length between 50 cm and 46 cm) and (d) chest girth ≥ 33 cm were associated with maternal birth trauma in the bivariate analysis, but had no significance in the logistic regression. Conclusion: First and second degrees lesions were the most prevalent (n = 29). Vaginal delivery, multiparity and head circumference ≥ 33 cm were identified as independent risk factors for maternal injury.