RESUMEN
A caracterização de rigidez arterial é realizada a partir da análise de alterações nas propriedades físicas da parede arterial, entre elas, distensibilidade, complacência e elasticidade. O aumento da rigidez arterial leva a arteriosclerose que está associada ao envelhecimento e a presença dos fatores de risco cardiovasculares tradicionais determinando alterações no padrão de fluxo nas artérias elevando o risco de progressão da aterosclerose. A aterosclerose promove uma solução de continuidade no endotélio que ao final leva a degeneração elástica na parede arterial e o enrijecimento da parede vascular. Essa é a condição determinante para a perda do mecanismo de adaptação ao volume ejetado na sístole ventricular e à onda de retorno na fase de diástole, fato observado principalmente nas grandes artérias elásticas como a aorta e as carótidas. Os principais fatores envolvidos neste processo são a hiperatividade simpática, o estado inflamatório crônico do vaso e a redução da biodisponibilidade do oxido nítrico. Vários métodos estão disponíveis para avaliar a pressão central e parâmetros de rigidez arterial. O método direto seria o de maior precisão, no entanto, é um método invasivo, e claramente inadequado para uso na avaliação clínica de rotina. Atualmente dispomos de métodos indiretos com adequada aplicação na determinação de índices de enrijecimento das grandes artérias. Um desses métodos permite a avaliação da pressão arterial central (PAc), velocidade da onda de pulso (VOP), e medidas do índice de aumentação (AIx) que são marcadores bem estabelecidos da hemodinâmica central e da rigidez arterial, e nos oferece uma visão importante da vitalidade arterial. Entre esses índices, a VOP se apresenta como um marcador de dano vascular, com elevada importância na determinação do risco cardiovascular global dos pacientes, assim como o AIx, outro parâmetro de envelhecimento vascular, ambos preditores de mortalidade por todas as causas e por causas cardiovasculares. As diferentes classes de anti-hipertensivos têm efeitos diversos sobre a hemodinâmica central e a correta interpretação dos achados obtidos nos exames de avaliação dos parâmetros centrais pode nortear mais adequadamente a estratégia do tratamento da hipertensão arterial.
The characterization of arterial stiffness is performed by analyzing changes in the physical properties of the arterial wall, including distensibility, complacency and elasticity. The increase in arterial stiffness leads to arteriosclerosis that is associated with aging and the presence of traditional cardiovascular risk factors and causes changes in the flow pattern in the arteries, increasing the risk of atherosclerosis progression. Atherosclerosis causes an endothelium injury that ultimately leads to elastic degeneration in the arterial wall and the stiffening of the vascular wall, a determining condition for the loss of the ability to adapt to the volume ejected in the ventricular systole and the return wave in the diastole phase, a fact observed mainly in large elastic arteries such as the aorta and carotids. The main factors involved in this process are sympathetic hyperactivity, the chronic inflammatory state of the vessel and the reduction of nitric oxide bioavailability. Several methods are available to assess central pressure and arterial stiffness parameters. The direct method is the most accurate. However, it is an invasive method, and clearly unsuitable for use in routine clinical evaluation. Currently we have indirect methods which are perfectly applicable for the determination of stiffening indexes of the great arteries. One of these methods allows the assessment of central arterial pressure (PAc), pulse wave velocity (PWV), and measures of the augmentation index (AIx), which are well-established markers of central hemodynamics and arterial stiffness, and provides an important assessment of arterial vitality. Among these indices, PWV consists of a marker of vascular damage, highly important in determining the overall cardiovascular risk of patients, as well as AIx, another parameter for assessing vascular aging, both of them functioning as predictors of risk of mortality from all causes and from cardiovascular causes. The different classes of antihypertensive drugs have different effects on central hemodynamics and the correct interpretation of the findings obtained in the assessment tests of the Central Parameters can more adequately guide the strategy for the treatment of arterial hypertension
Asunto(s)
Humanos , Arteriosclerosis/tratamiento farmacológico , Envejecimiento , Factores de Riesgo , Rigidez Vascular , Antihipertensivos/uso terapéuticoRESUMEN
A maioria das mortes por infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorre nas primeiras horas da manifestação da oclusão coronariana; portanto, em geral, acontece fora do ambiente hospitalar. O tempo decorrido entre o início da oclusão coronariana até o tratamento ser realizado é diretamente proporcional à morbidade e mortalidade cardiovascular. O prognóstico dos pacientes depende da rapidez em chegar a um hospital e quão rápido o hospital possa diagnosticar o IAM e realizar reperfusão coronariana. Estudos indicam que o tempo médio decorrido entre o início da apresentação de sintomas de IAM e a chegada do paciente ao hospital permanece entre 2 e 3 horas; no entanto, sabe-se que um terço dos IAMs é assintomático e, nesses casos, o diagnóstico é realizado posteriormente por achados clínicos através de exames complementares. Para tanto, o diagnóstico precoce é essencial para melhorar os resultados terapêuticos. Um dispositivo que monitore o coração, continuamente, via uma conexão intracardíaca, pode ser benéfico para indivíduos com doença arterial coronária (DAC) e alto risco cardiovascular, por alertá-los em tempo real quando alterações eletrocardiográficas agudas no segmento ST são detectadas (indicando oclusão coronariana aguda). Estudos nos EUA e no Brasil demonstraram que indivíduos que receberam o monitor intracardíaco implantável (MICI) apresentaram tempo médio de resposta, entre o início de um evento coronariano oclusivo e a chegada ao hospital, de 19,5 minutos, mostrando redução substancial no tempo habitual de resposta de 2-3 horas. Outros estudos demonstraram a segurança, a viabilidade e o potencial benefício de se utilizar um dispositivo de monitoramento intracardíaco para alertar o paciente de eventos coronarianos, mesmo que eles eventos sejam assintomáticos. Dessa forma, um sistema com capacidade de alertar em tempo real poderia antecipar a terapia de reperfusão e potencialmente prevenir, em vez de interromper, IAM em pacientes com DAC...