RESUMEN
En el presente artículo se exponen una serie de reflexiones producto de un estudio exploratorio y cualitativo realizado en un Centro de Salud Familiar de Santiago de Chile. La pregunta que guía este artículo es si se puede considerar la alta tasa de pacientes policonsultantes como un síntoma de que algo no funciona en el sistema público de salud chileno. Se concluye que existe un desencuentro entre la demanda del paciente y el saber de los profesionales, el cual deja en evidencia la falta de claves de la medicina biológica para interpretar este tipo de quejas. Dada la ausencia de respuesta, estos pacientes suelen ser derivados a las "duplas psicosociales", sin mucha claridad sobre los fundamentos de esta derivación, dando cuenta así de algunas insuficiencias de un sistema sanitario que dice operar bajo un paradigma "biopsicosocial". Esto se ve agravado por la forma de gestionar la atención sanitaria impuesta en las últimas dos décadas, pues se trata de pacientes que atentan contra la eficiencia de las instituciones y no caben en las metas establecidas en torno a diagnósticos. Sin embargo, mientras el sistema de salud busca veladamente deshacerse de dichos pacientes, estos más insisten con sus demandas.
This paper shows a series of reflections resulting from an exploratory and qualitative study carried out in a Family Health Care Center of Santiago, Chile. The question guiding this paper consists in considering whether the high rate of poly-consultant patients is a symptom of malfunctioning of the public Chilean health care system. It is concluded that there is a discrepancy between patient demands and professional knowledge, evidencing lack of biomedical keys to interpret this type of demands. Given de absence of answers, these patients generally are derived to "psychosocial couples", without much clarity over the basis of this derivation; thus, accounting for some deficiencies of a health care system which pretends to operate under a "bio-psychosocial" paradigm. This is aggravated by the way the managing of health care is imposed in the last two decades, since these are patients which face the efficiency of institutions and they do not enter into the established goals assigned to the different diagnosis. Nevertheless, while the health care system seeks in a veiled way to get rid of these patients, these insist even more with their demands.
No presente artigo se expõe uma série de reflexões produto de um estudo exploratório e qualitativo realizado num Centro de Saúde Familiar de Santiago do Chile. A pergunta que guia este artigo é se pode ser considerada a alta taxa de pacientes policonsultantes como um sintoma de que algo não funciona no sistema público de saúde chileno. Conclui-se que existe um desencontro entre a demanda do paciente e o saber dos profissionais, que deixa em evidência a falta de chaves da medicina biológica para interpretar este tipo de queixas. Dada a ausência de resposta, estes pacientes podem ser derivados para as "duplas psicossociais", sem muita clareza sobre os fundamentos desta derivação, dando conta assim de algumas insuficiências de um sistema sanitário que diz operar sob um paradigma "biopsicossocial". Isto se vê agravado pela forma de gerir a atenção sanitária imposta nas últimas duas décadas, pois se trata de pacientes que atentam contra a eficiência das instituições e não cabem nas metas estabelecidas em torno de diagnósticos. No entanto, enquanto o sistema de saúde busca veladamente desfazer-se destes pacientes, eles mais insistem com suas demandas.