RESUMEN
O objetivo deste estudo foi determinar as principais diferenças clínicas e ultra-sonográficas entre ovários policísticos (OP) e multicísticos (OM). Selecionamos 39 mulheres com hiperandrogenismo e/ou anovulaçao crônica de causa nao definida (HACND) e realizamos dosagem dos androgênios, hormônio luteotrófico (LH), hormônio folículo estimulante (FSH) e ultra-sonografia pélvica (USG). Na ultra-sonografia pélvica, quando encontramos dez ou mais cistos, classificamos em: OP - volume ovariano maior do que 10cm3 ou quando o estroma era hiperecogênico e OM - volume ovariano menor do que 10 cm3 ou ausência da intensidade do eco do estroma. Em quatro pacientes, a USG foi considerada normal. Nas demais, utilizando o parâmetro estroma, 27 pacientes apresentavam OP e 8 OM. Comparando OP x OM, o volume ovariano e a freqüência de ciclos irregulares foi maior no OP (p<0.05). Quando utilizamos o parâmetro volume ovariano, 21 pacientes apresentavam OP e 14 OM. Comparando os dois grupos, a freqüência de ciclos irregulares foi maior no OP e encontramos correlaçao entre testosterona e volume ovariano (r=0.36, p<0.05). Portanto, consideramos que a classificaçao entre OP e OM, independente do parâmetro ulttra-sonográfico utilizado - volume ovariano ou estroma -, pode representar um amplo espectro clínico e hormonal presente em mulheres com HACND e por isso deveria ser utilizada como rotina.