RESUMEN
Avalia a qualidade da assistência ao trabalho de parto prematuro, utilizando referentes, indicadores e padröes derivados de evidências científicas - ensaios clínicos controlados e meta-análises -, tomando como caso a corticoterapia anteparto. Foram analisados dados de sumários de alta relativos a sete maternidades públicas do Rio de Janeiro. O padräo utilizado para a análise de processo foi de 100 por cento. Näo foi possível estimar padröes de resultado - incidência esperada de síndrome de angústia respiratória e mortalidade neonatal - para os referentes previstos, em razäo da impossibilidade de ajustar os resultados para idade gestacional, poderoso fator interveniente. A utilizaçäo da corticoterapia antenatal pelos serviços analisados foi irrisória, cerca de 4 por cento e 2 por cento, para os referentes relativos a pacientes com menos de 34 semanas e com até 36 semanas de idade gestacional, respectivamente. A falha no uso da corticoterapia antenatal quando indicada merece a atençäo de planejadores e gestores do setor, tendo em vista a fácil incorporaçäo de tal tecnologia, bem como os benefícios e os custos desta, em comparaçäo com aqueles associados à assistência neonatal a bebês prematuros.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Corticoesteroides , Trabajo de Parto PrematuroRESUMEN
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade do atendimento ao trabalho de parto prematuro em maternidades públicas do Rio de Janeiro, utilizando referentes, indicadores e padrões de processo e de resultado derivados de evidências científicas. Na análise de processo, o padrão utilizado para o uso de tocolíticos betamiméticos foi de 100 por cento, considerando os referentes derivados. Na análise de resultados, o padrão foi a ocorrência de parto prematuro em 11 por cento das pacientes dentro de 24 h e em 24 por cento dentro de 48 h da admissão hospitalar. O uso de tocolíticos ocorreu em 18,7 por cento das pacientes admitidas em trabalho de parto prematuro. Na faixa de idade gestacional de 28 a 33 semanas e seis dias, especialmente importante para a sobrevivência neonatal, o uso de tocolíticos foi feito em 32,6 por cento das pacientes. Parto prematuro ocorreu em 59 percet das pacientes dentro de 24 h e em 64 percent das pacientes dentro de 48 h da admissão, resultados consistentes com o baixo uso de tocolíticos observado. A efetividade da assistência ao trabalho de parto prematuro, medida pela taxa de nascimentos prematuros, foi baixa. Os achados das correspondentes análises de processo e resultado foram consistentes