RESUMEN
A despeito da magnitude da poluição de origem doméstica e industrial, a produção de pescado registrado em diferentes pontos de desembarque na Baía de Guanabara, entre abril de 2001 e março de 2002, foi ligeiramente superior a 19.000 t, correspondendo em valor a US$ 4.8 milhões. Quando se considera apenas o pescado direcionado para o mercado fresco, a captura total alcançou cerca de 6.300 t e um valor de US$ 3,7 milhões. Somente algumas poucas espécies alcançam densidades expressivas compatíveis com as pescarias comerciais. Entre os pequenos pelágicos, a sardinha boca-torta e a sardinha verdadeira são as espécies dominantes, enquanto para as demersais, a corvina, a tainha e os bagres perfazem a maior parte das capturas. As pescarias para o caranguejo, nos manguezais, e a coleta de mexilhões nos costões rochosos da entrada da baía e ilhas adjacentes são, também, importantes. A ausência de estatísticas pesqueiras prévias ao vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo, em janeiro de 2000, levou à reivindicação de indenizações, por parte das organizações representativas dos pescadores, de valores correspondentes a cerca de 50 anos de produção de pescado na baía. Um sistema de coleta de dados pode ser estabelecido de forma participativa com as associações de pescadores locais. As pescarias relativamente estáveis na baía sugerem que inferências razoáveis podem ser obtidas sem que, necessariamente, se tenha uma cobertura completa de todos os pontos de desembarque.