RESUMEN
Paciente do sexo feminino, de 60 anos, portadora de constipação intestinal crônica, com evolução desde a sua adolescência, tendo realizado tratamento com inúmeros laxantes. Recentemente teve piora do quadro intestinal, associado à presença de dor abdominal e, por vezes, secreção mucosanguinolenta acompanhando as evacuações, situações que motivaram a realização de uma colonoscopia, que evidenciou a presença de melanose cólica, com preservação da válvula ileocecal . O surgimento de Melanose coli é causado pelo acúmulo de lipofucsina, que é um pigmento acastanhado-enegrecido nos lissosomos dos macrófagos subepiteliais localizados na mucosa cólica. A intensidade da pigmentação não é uniforme, sendo mais intensa no ceco e no cólon proximal em comparação ao encontrado no cólon distal. Fato relacionado à maior concentração de substâncias agressivas presentes no cólon proximal, na absorção diferenciada ao longo da mucosa do cólon ou devido a diferenças na distribuição de macrófagos ao longo do cólon. A Melanose coli presente no cólon proximal, envolvendo a mucosa do ceco, apresenta um limite bem definido com a transição para a mucosa ileal. Frequentemente, a pigmentação pode estender-se através de todo o cólon, englobando o apêndice cecal e mais raramente a região de transição íleo-cecal. Está condição é frequentemente encontrada durante a investigação endoscópica da constipação intestinal crônica, principalmente quando ocorre a associação com o uso crônico de catárticos à base de antraquinona, como a cascara sagrada, senne, aloés e ruibarbo. A característica marcante na colonoscopia é a coloração da mucosa que varia de um tom acinzentado até completamente preto, que pode ser visualizado em aglomerados de manchas ou em faixas. Nota-se ainda uma nítida demarcação na válvula ileocecal, com a preservação da coloração do intestino delgado e o comprometimento da mucosa cólica. O tratamento da Melanose coli não está bem definido sendo, entretanto, recomendado a suspensão do uso de catárticos. Após a interrupção do laxante à base de antraquinona, a coloração enegrecida da mucosa desaparece gradualmente em vários meses.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Persona de Mediana Edad , Catárticos/efectos adversos , Estreñimiento , Colon , Mucosa Intestinal , LipofuscinaRESUMEN
No tratamento da fissura anal, novas drogas têm sido utilizadas, dentre elas os bloqueadores de canais de cálcio. O objetivo desta pesquisa foi à avaliação manométrica de pacientes com fissura anal crônica após tratamento com nifedipina tópica 0,2 por cento, correlacionando com a cicatrização e a dor. Trata-se de estudo prospectivo realizado em pacientes atendidos no ambulatório de Coloproctologia do Hospital Universitário de Taubaté. Os pacientes foram submetidos ao exame manométrico antes e após 30 dias da utilização de nifedipina tópica gel 0,2 por cento três vezes ao dia no ânus e margem anal. Para a análise estatística foi utilizado o teste de Mann-Whitney considerando significante, se p<0,05. Os dez pacientes não demonstraram nenhuma alteração manométrica provocada pelo tratamento com nifedipina, mas 50 por cento deles relataram melhora dos sintomas e 40 por cento dos pacientes apresentaram cicatrização da fissura, mostrando que a nifedipina foi efetiva no tratamento da fissura anal e segura do ponto de vista funcional, por não causar lesões esfincterianas. A avaliação manométrica demonstrou não haver alterações nas pressões anais demonstrando, entretanto, melhora da dor em 50 por cento e cicatrização em 40 por cento dos pacientes.
In the treatment of the anal fissure, calcium channel blockers are among the new drugs which have been used. The objective of this research was the manometric evaluation of patients with chronic anal fissure after topic treatment with 0.2 percent nifedipine and correlation with the healing and pain. This is a prospective study of patients from Coloproctology Clinic of the University of Taubaté Hospital. The patients had been submitted to a manometric examination before and after 30 days of the use of topic 0.2 percent nifedipine gel three times a day in the anus and anal edge. For the statistics analysis Mann-Whitney test was applied to a significance of p= 0,05. Ten patients did not exihibit manometric alteration associated with nifedipina treatment, however 50 percent of them reported improvement of the symptoms and 40 percent depicted healing of the fissure. The results demonstrated that nifedipine was effective and safe for anal fissure treatment and considering the functional point of view it did not cause injuries as well. The manometric evaluation did not demonstrate alterations in the anal pressure; however, it was observed that 50 percent of the patients had improvement in pain and 40 percent in healing.