RESUMEN
Small land mammals possess features that significantly influence the dynamics of ecosystems and participate in various levels of the food web. In the Brazilian Atlantic Forest the richness of these animals is high, which makes them even more ecologically and numerically relevant in this environment. In this context, we investigated the species composition of small mammals in an unexplored area of southern Brazil, and compared the species composition of this area with other Atlantic Forest regions in order to understand how this community is related to others. The study area was located in an interior Atlantic forest formation, at a transition region between deciduous and Araucaria forests. Small mammals were captured at five collection points using pitfall traps. We compared the species composition found in our studied area with the composition of other 11 studies in different regions by a cluster analysis, and we investigated the presence of spatial autocorrelation between communities with a Mantel test. We recorded 779 individuals from 21 species of small rodents (15 species) and marsupials (six species) during the 13 months of the collection period. This richness was high compared to other studies conducted in the Atlantic Forest formations near to coastline and in interior forest formations. This may be a result of the conditions provided by this transition area (deciduous and Araucaria forests), where could be found elements of the both forests formations, which probably allows the establishment of small mammal species from both forest types. Despite differences in sampling effort of the studies, our results suggest that the interior forest formations may harbor a number of species comparable to the formations near the coast. The species composition of this area was similar to those found in other interior forest formations with the same phytophysiognomy characteristics and at nearby regions, and it was less similar to the distant formations located in southeastern and northeastern Brazil and nearby to the coastline. This can be a result of both the spatial autocorrelation (i.e. more nearby communities tend to have more similar species composition) and the differences of forest characteristics among regions.
Pequenos mamíferos terrestres possuem características que influenciam significativamente a dinâmica dos ecossistemas, participando em vários níveis da teia trófica. Na floresta Atlântica brasileira a riqueza desses animais é alta, o que os torna ainda mais ecológica e numericamente relevantes neste ambiente. Neste contexto, nós investigamos a composição de espécies de pequenos mamíferos em uma área não estudada, e comparamos a composição de espécies desta área com outras regiões de floresta Atlântica de modo a entender como esta comunidade de pequenos mamíferos é relacionada a outras. A área de estudo está localizada em uma formação de floresta Atlântica de interior, em uma transição entre floresta decidual e floresta com Araucária. Os pequenos mamíferos foram capturados em cinco pontos de coleta por meio do método de armadilhas de interceptação e queda. Nós comparamos a composição de espécies encontrada em nosso estudo com a de outros 11 estudos realizados em diferentes regiões através de uma análise de agrupamento, e nós investigamos a presença de autocorrelação espacial entre comunidades por meio de um teste de Mantel. Nós registramos 779 indivíduos de 21 espécies de pequenos roedores (15 espécies) e marsupiais (seis espécies) durante um período de 13 meses de coleta. A riqueza é alta comparada com outros estudos em formações de floresta Atlântica próximas do litoral e formações de interior. Isso pode ser o resultado das condições fornecidas por esta área de transição (floresta decidual e floresta com Araucária), onde podem ser encontrados elementos das duas formações florestais, o que provavelmente permite o estabelecimento de espécies de pequenos mamíferos dos dois tipos de floresta. Apesar das diferenças no esforço amostral entre os estudos, esses resultados são uma boa indicação de que as formações de floresta Atlântica de interior podem abrigar um número de espécies comparáveis a de formações próximas da costa. A composição de espécies desta área é mais similar a de outras formações Atlânticas de interior com as mesmas características florestais e de regiões espacialmente próximas, e é menos similar as formações localizadas no sudeste e no nordeste do Brasil, e de regiões próximas da costa. Isso pode ser o resultado de autocorrelação espacial (i.e. comunidades mais próximas tendem a ter uma composição de espécies mais similar) e das diferenças nas características florestais entre as regiões.