RESUMEN
A leishmaniose tegumentar é uma doença endêmica nos países em desenvolvimento. A eficácia das terapias específicas é usualmente avaliada somente através de parâmetros clínicos. Com o objetivo de definir a cura parasitológica, vinte e um pacientes foram biopsiados antes e um mês a oito anos após o tratamento específico. Cortes de tecidos embebidos em parafina foram utilizados para o isolamento do DNA. Vinte pacientes testados apresentaram PCR positivo antes da terapia. Um dos pacientes não possuía amostra disponível relativa à úlcera aguda. O agente etiológico foi identificado como pertencendo ao subgênero Viannia através de hibridização com molécula de minicírculo de L.(V.) panamensis. Apesar da cura clínica e ausência de reativação ou desenvolvimento de lesões de mucosa, as técnicas de PCR e hibridização revelaram positividade em cicatrizes de 17 pacientes (81[por cento], 17/21). Os resultados indicam que os parasitos persistem por muitos anos na pele dos pacientes, mesmo após o tratamento. Este fenômeno pode ser a origem de disseminação que resultam em lesões de mucosa ou também pode ser considerado um importante mecanismo para a manutenção da memória imunológica em pacientes que vivem em áreas endêmicas.