RESUMEN
Traumatic atlanto-occipital dislocation (TAOD) are uncommon injuries associated with high immediate mortality rate and occurs more than twice in children than adults, due to biomechanical properties and immaturity of children's cervical spine. We report a pediatric patient with TAOD, who underwent occipitocervical stabilization and also developed a late hydrocephalus requiring a shunt procedure. A six-year-old boy was admitted to the emergency department after a car accident with refractory cervical pain. A cervical computed tomography (CT) scan showed an anterior C1C2 level hematoma, and a dynamic CT scan demonstrated an increasing basion-dens interval on extension. Cervical magnetic resonance imaging (MRI) showed discontinuity of the tectorial membrane and diffused hyperintense signal on the left alar ligament. These findings were attributed to TAOD, and an occipitocervical fusion was performed. The pain and neurological status improved after surgery, but after 3 months he returned with persistent vomiting, headache, and a CT scan showing hydrocephalus. Then, a ventriculoperitoneal shunt was performed, improving the symptoms. One year after the injury, the patient remained asymptomatic, and a later radiography demonstrated satisfactory bone fusion. In conclusion, the decision-making process regarding treatment should consider several clinical and radiographic findings. Occipitocervical fusion is the treatment of choice, while hydroceph alus is not an unusual complication in children.
O deslocamento atlanto-occipital (DAO) é uma lesão incomum associada a uma alta taxa de mortalidade imediata que ocorre duas vezes mais em crianças do que em adultos, fato relacionado às propriedades biomecânicas e à imaturidade da coluna cervical pediátrica. Relatamos o caso de um paciente pediátrico com DAO traumático submetido à fixação occipitocervical, evoluindo com hidrocefalia e necessidade de um procedimento de derivação liquórica. Paciente do sexo masculino de 6 anos de idade admitido no pronto-socorro após um acidente automobilístico, apresentando dor cervical refratária. A tomografia computadorizada (TC) de coluna cervical demostrou um hematoma epidural ao nível de C1C2, e a TC dinâmica evidenciou um intervalo basion-odontoide aumentado em extensão. A ressonância magnética (RM) da coluna cervical demonstrou descontinuidade da membrana tectorial e hiperintensidade difusa no ligamento alar esquerdo. Esses achados permitiram o diagnóstico de um DAO, sendo realizada uma fusão occipitocervical. A dor e o status neurológico melhoraram após a cirurgia, mas 3 meses após, o paciente evoluiu com vômitos persistentes, cefaleia e TC de crânio evidenciando hidrocefalia. Em seguida, foi realizada uma derivação ventriculoperitoneal, com melhora dos sintomas. Um ano após, o paciente permaneceu assintomático, e a radiografia demonstrou fusão óssea satisfatória. Em conclusão, o processo de tomada de decisão quanto ao tratamento deve levar em consideração diversos achados clínicos e radiográficos. A fixação occipitocervical é o tratamento de escolha, enquanto a hidrocefalia não é uma complicação incomum em crianças.
RESUMEN
SUMMARY OBJECTIVE: To present the surgical results of patients who underwent axis screw instrumentation, discussing surgical nuances and complications of the techniques used. METHODS: Retrospective case-series evaluation of patients who underwent spinal surgery with axis instrumentation using screws. RESULTS: Sixty-five patients were included in this study. The most common cause of mechanical instability was spinal cord trauma involving the axis (36 patients - 55.4%), followed by congenital craniocervical malformation (12 patients - 18.5%). Thirty-seven (57%) patients required concomitant C1 fusion. Bilateral axis fixation was performed in almost all cases. Twenty-three patients (35.4%) underwent bilateral laminar screws fixation; pars screws were used in twenty-two patients (33.8%), and pedicular screws were used isolated in only three patients (4.6%). In fourteen patients (21.5%), we performed a hybrid construction. There was no neurological worsening nor vertebral artery injury in this series. CONCLUSION: Axis screw instrumentation proved to be a safe and efficient method for cervical stabilization. Laminar and pars screws were the most commonly used
RESUMO OBJETIVO: Apresentar os resultados cirúrgicos de pacientes submetidos à instrumentação com parafusos do áxis, discutindo nuances cirúrgicas e complicações das técnicas utilizadas. MÉTODOS: Série retrospectiva de pacientes submetidos à instrumentação do áxis utilizando parafusos. RESULTADOS: Sessenta e cinco pacientes foram incluídos neste estudo. A causa mais comum de instabilidade foi trauma raquimedular envolvendo o áxis (36 pacientes - 55,4%), seguida por malformação craniocervical congênita (12 pacientes - 18,5%). Trinta e sete (57%) pacientes necessitaram concomitante fusão de C1. Fixação bilateral foi realizada em quase todos os casos. Vinte e três pacientes (35,4%) foram submetidos à fixação com parafusos de lâmina; parafusos de pars foram utilizados em 22 pacientes (33,8%) e de pedículo, isoladamente, em três (4,6%). Em 14 casos (21,5%), realizamos técnicas combinadas. Não houve piora neurológica ou lesão de artéria vertebral nesta série de casos. CONCLUSÃO: A instrumentação com parafusos do áxis foi um método seguro e eficaz para estabilização cervical. A fixação da lâmina e a da pars foram as técnicas mais utilizadas.