RESUMEN
Entre os grandes desafios da Ortodontia encontra-se o tratamento compensatório da má oclusão de Classe III. Essa opção de tratamento apresenta-se comum entre os ortodontistas brasileiros devido à dificuldade que muitos pacientes encontram para realizar cirurgia ortognática, porém, existem várias limitações e o alcance dos objetivos finais é obscuro e representa um risco para o paciente e o profissional. O presente artigo demonstrou, com um caso clínico bem-sucedido, sete indicadores que devem ser considerados durante o diagnóstico e ajudam o ortodontista na escolha desse tipo de tratamento em um paciente adulto que se recusou a realizar o tratamento cirúrgico. Os sete indicadores propostos foram discrepância entre relação cêntrica e máxima intercuspidação habitual, relação entre a maxila e a mandíbula, ângulo goníaco, relação dos incisivos, trespasse vertical, possibilidade de diminuição de perímetro no arco inferior e sela-mento labial. No presente caso, obteve-se a correção da mordida cruzada anterior e melhora do perfil facial graças a um bom planejamento, correta condução da mecânica e ótima colaboração do paciente. Com a avaliação correta desses indicadores, o diagnóstico torna-se mais preciso, o plano de tratamento adequado e sua execução torna-se mais segura.
Compensatory treatment of Class III malocclusion is one of the great challenges in orthodontics. This treatment has become common among Brazilian orthodontists because many patients find it hard to submit to an orthognathic surgery. However this approach has several limitations and its final achievements remain unclear, therefore representing risks for both patient and professional. This article has demonstrated, through a successful clinical case, 7 indicators that should be considered during diagnosis to assist the orthodontist in choosing this treatment for an adult patient who refuses to undergo surgical treatment. The 7 proposed indicators are: discrepancy between centric relation and maximum intercuspation, relationship between the maxilla and mandible, gonial angle relation of the incisors, overbite, and possibility of perimeter decrease in the lower arch or lip seal. In the reported case the correction of anterior crossbite and improved facial profile were achieved through a good planning, proper conduct of mechanics, and optimal patient compliance. With the correct evaluation of these factors the diagnosis becomes more precise and the treatment plan more effective and of safe execution.