RESUMEN
No final de dezembro de 2019, unidades de saúde regionais da cidade de Wuhan identificaram casos de uma pneumonia de etiologia desconhecida. Os casos eram epidemiologicamente ligados ao mercado atacadista Huanan, onde eram vendidos animais vivos, frutos do mar e carnes variadas. Cerca de 66% dos trabalhadores do local tinham sido acometidos pela enfermidade. A disseminação da doença seguiu a direção do rápido trânsito de pessoas do mundo globalizado. Em março de 2020, a COVID-19 já tinha chegado a 150 países, motivando a Organização Mundial da Saúde a classificar a ocorrência como uma pandemia. A crise sanitária causada pela COVID-19 destacou a importância do conceito de saúde única: a saúde humana está intimamente ligada à saúde dos animais, à saúde do ambiente e à inocuidade dos alimentos. As zoonoses correspondem a 61% dos agentes infecciosos que afetam humanos e 75% das doenças emergentes (Taylor et al., 2001). Estima-se que haja cerca de 1,7 milhão de vírus desconhecidos circulando entre aves e mamíferos, dos quais 631 a 827 mil poderão ter capacidade de infectar humanos (IPBES, 2020). A presente publicação reúne análises sobre a origem e sobre as ações de prevenção e de controle da COVID-19, com o objetivo de identificar estratégias para o enfrentamento da emergência e da reemergência de zoonoses, baseadas em princípios da saúde única.