RESUMEN
Resumo O consumo excessivo de carnes, em especial as vermelhas e processadas, está associado ao aumento da morbi-mortalidade. O padrão de consumo de carnes varia no Brasil e no mundo influenciado por fatores econômicos e culturais. O estudo buscou analisar o consumo de carnes por adultos e idosos de uma cidade de colonização alemã do sul do Brasil. Trata-se de estudo populacional seccional. Foram coletados dados sociodemográficas e de consumo de carne por Questionário de Frequência Alimentar previamente validado. Foram analisadas as frequências, e as quantidades por tipo de carne e processamento. A associação entre o consumo excessivo de carne e as variáveis de estudo foi estimada por Razão de Prevalência. Entre os 1.941 participantes, a média de carne consumida foi de 250 g/dia, sendo a carne não processada branca (138 g/dia) a mais consumida, com destaque para as aves (80 g/dia). A prevalência de consumo excessivo de carne vermelha e processada (mais que 500 g/semana) foi de 63%, principalmente entre os homens (RP=1,6; IC95% 1,5-1,8), de 20 a 29 anos (RP=1,4; IC95% 1,2-1,5), e mais alta classe econômica (RP=1,2; IC95% 1,0-1,3). O consumo excessivo de carne vermelha e processada entre homens jovens de classe econômica alta deve ser alvo de ações de saúde pública para a adequação no consumo alimentar.
Abstract Excessive meat consumption, especially red and processed meats, is associated with increased morbidity and mortality. The pattern of meat consumption varies in Brazil and is influenced by economic and cultural factors in the world. The study aimed to analyze the consumption of meat by adults and the elderly in a city colonized by Germans in the south of Brazil. It involved a cross-sectional population study. Sociodemographic and meat consumption data were collected using a previously validated Food Frequency Questionnaire. Frequencies and amounts were analyzed by type of meat and processing. The association between excessive meat consumption and the study variables was estimated by Prevalence Ratio. Among the 1,941 participants, the average amount of meat consumed was 250 g/day, the most consumed being white unprocessed meat (138 g/day), especially poultry (80 g/day). The prevalence of excessive consumption of red and processed meat (more than 500 g/week) was 63%, mainly among men (PR=1.6; 95%CI 1.5-1.8), aged 20 to 29 years (PR=1.4; 95%CI 1.2-1.5), and higher economic class (PR=1.2; 95%CI 1.0-1.3). Excessive consumption of red and processed meat among young men of upper economic class should be the target of public health actions for the adequacy of food consumption.
RESUMEN
ABSTRACT Objective Neck circumference is a simple anthropometric measurement that may be linked to chronic diseases, physical activity, and muscle strength. We sought to verify the association of moderate and vigorous physical activity levels and relative muscle strength with neck circumference in a community in southern Brazil. Methods We cross-sectionally analyzed data from 2,488 participants (51% women), aged 20-79 years old from the Study of Health in Pomerode (SHIP-Brazil) conducted in Pomerode, Santa Catarina, Brazil. Increased neck circumference was defined with cutoff points of >39cm for men and >35cm for women. The independent variables were the level of moderate and vigorous physical activity using the short International Physical Activity Questionnaire, and relative muscle strength using the handgrip test and body mass. Univariate and multiple Poisson regression models were used to determine the association between variables (p≤0.05). Results The prevalence of increased neck circumference was 48.2% (60.4% in men, 39.6% in women) and was associated with low relative muscle strength (PR=1.26, 95%CI: 1.17-1.35) in men, insufficient moderate and vigorous physical activity levels (PR=1.23, 95%CI: 1.14-1.32), and relative muscle strength (PR=1.73, 95%CI: 1.61-1.87) in women. After adjusting for covariates, no significant associations were observed between insufficient moderate and vigorous physical activity levels in men (PR=1.02, 95%CI: 0.95-1.07). Conclusion Increased neck circumference seems to be an important predictor of low moderate and vigorous physical activity and relative strength loss in adults, and more pronounced in women.
RESUMEN
Aging, physical inactivity, and chronic disease can decrease strength and muscle mass and affect mobility and autonomy in older adults. This study aimed to analyze the prevalence and associated factors of low physical functional performance among older adults in the city of Pomerode, in southern Brazil. Methods: This is a cross-sectional population-based study with data on 733 older adults from the Study of Health in Pomerode SHIP-Brazil. Low functional physical performance was defined as handgrip strength ≤ 32 kg for men or ≤ 20 kg for women and/or a Timed Up and Go test ≥ 11 seconds for men or ≥ 13 seconds for women. Associations were analyzed by multiple logistic regression. Results: The prevalence of low physical functional performance was 43.7% (42.2% among women and 45.5% among men). Low physical functional performance was associated with the 7079 years age group (odds ratio [OR] = 2.07) and insufficient physical activity (OR = 2.73) in men, and with the 7079 years age group (OR = 2.09) and multimorbidity (OR = 1.87) in women. In general, older age, insufficient physical activity, and multimorbidity were associated with low physical functional performance in older adults.
O envelhecimento, o sedentarismo e as doenças crônicas podem diminuir a força e a massa muscular e afetar a mobilidade e a autonomia do idoso. O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência e os fatores associados ao baixo desempenho funcional em idosos de uma cidade de origem pomerana no sul do Brasil. Metodologia: Estudo transversal de base populacional com dados de 733 idosos do Estudo Vida e Saúde em Pomerode ShipBrazil. O baixo desempenho físico funcional foi definido como a força de preensão palmar ≤ 32 kg para os homens ou ≤ 20 kg para as mulheres e(ou) timed up and go ≥ 11 segundos para os homens ou ≥ 13 segundos para as mulheres. As associações foram analisadas por regressão logística múltipla. Resultados: A prevalência de baixo desempenho físico funcional foi de 43,7% (42,2% idosas e 45,5% idosos). O baixo desempenho físico funcional foi associado à idade, 70-79 anos (OR = 2,07), e à atividade física insuficiente (OR = 2,73) nos homens; e à idade, 7079 anos (OR = 2,09), e à presença de multimorbidade (OR = 1,87) nas mulheres. Em geral, maior idade, atividade física insuficiente e multimorbidade foram associadas ao baixo desempenho físico funcional entre os idosos.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Persona de Mediana Edad , Anciano , Ejercicio Físico , Fuerza Muscular , Rendimiento Físico Funcional , Factores Socioeconómicos , Comorbilidad , Prevalencia , Estudios TransversalesRESUMEN
FUNDAMENTO: Na prática clínica, atendemos pacientes com diversos índices de massa corporal (IMC), desde pacientes com sobrepeso até pacientes obesos. Esse achado pode ser a única anormalidade clínica aparente. OBJETIVO: Avaliar as variáveis clínicas e laboratoriais associadas com aumento do IMC em mulheres e homens assintomáticos, sem qualquer indício de cardiopatia, a fim de obter dados para substanciar recomendações médicas, em uma amostra de estudo da nossa prática diária. MÉTODOS: Foram estudados indivíduos entre 14 e 74 anos de idade (média de 40,5 anos); 295 eram homens (43,1 por cento) e 389 eram mulheres (56,9 por cento). As relações entre IMC estratificado por sexo e as variáveis clínicas e laboratoriais foram analisadas por meio do coeficiente de correlação de Spearman e regressão linear múltipla. RESULTADOS: A média do IMC das mulheres (26,15 kg/m²) e dos homens (26,33 kg/m²) não apresentou diferença estatisticamente significante. No modelo de regressão linear múltipla, a relação colesterol total/fração HDL-colesterol (CT/HDL-C) (beta= 1,1320; p < 0,001) e a glicose sérica (beta= 0,0233; p = 0,023) foram independentemente correlacionadas com o IMC em mulheres. Nos homens, as variáveis que apresentaram correlação independente com o IMC foram a relação CT/HDL-C (beta= 0,793; p < 0,001) e a idade (beta = 0,0464; p = 0,030). CONCLUSÃO: Em mulheres e homens sem nenhum indício de cardiopatia, a relação CT/HDL-C aumentou com o IMC em ambos os sexos. Outros índices associados ao IMC foram glicose sérica nas mulheres e idade nos homens. As variáveis clínicas e laboratoriais associadas ao índice de massa corporal podem diferir quanto ao sexo.
BACKGROUND: In clinical practice, the patients we care for display a wide range of body mass indices, from lean to obese. This finding may be the sole apparent clinical abnormality. OBJECTIVE: To evaluate clinical and laboratory variables that might be associated with increased body mass index in asymptomatic men and women with no evidence of heart disease, to provide data to substantiate medical recommendations in a study sample from our everyday practice. METHODS: The subjects aged 14 to 74 years (mean 40.6 years), 295 men (43.1 percent) and 389 women (56.9 percent) The associations between body mass index stratified by gender and clinical and laboratory variables were analyzed using the Spearman correlation coefficient and multiple linear regression. RESULTS: The mean body mass index (BMI) did not differ significantly between women (26.15 Kg/m²) and men (26.33 Kg/m²). In the multiple linear regression model, the ratios of total cholesterol/high-density lipoprotein cholesterol (TC/HDL-C) (beta = 1.1320; p < 0.001) and serum glucose (beta= 0.0233; p = 0.023) were independently correlated with body mass index in women. In men, the variables independently correlated with BMI were the TC/HDL-C (beta = 0.793; p < 0.001) and age (beta = 0.0464; p = 0.030). CONCLUSION: In men and women with no evidence of heart disease, TC/HDL-C increased with body mass index in both genders. Other indices associated with BMI included serum glucose in women and age in men. Clinical and laboratory variables associated with body mass index may differ in relation to gender.
Asunto(s)
Adolescente , Adulto , Anciano , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Índice de Masa Corporal , Glucemia/análisis , Colesterol/sangre , Factores de Edad , HDL-Colesterol/sangre , LDL-Colesterol/sangre , VLDL-Colesterol/sangre , Métodos Epidemiológicos , Cardiopatías/diagnóstico , Factores Sexuales , FumarRESUMEN
OBJETIVO: Avaliar a massa ventricular esquerda em pacientes com insuficiência cardíaca, as correlações com outras variáveis clínicas e com o prognóstico. MÉTODOS: Foram estudados 587 pacientes com idades entre 13,8 anos e 68,9 anos, 461 (78,5 por cento) homens e 126 (21,5 por cento) mulheres. A massa ventricular esquerda foi estimada com o uso do ecocardiograma no modo M e indexada pela altura. RESULTADOS: O índice da massa ventricular esquerda variou de 35,3 g/m a 333,5 g/m e aumentou conforme a idade. O índice da massa ventricular esquerda foi maior nos homens (média 175,7 g/m) do que nas mulheres (média 165,7 g/m). O índice da massa ventricular esquerda foi maior nos portadores de cardiomiopatia hipertensiva (média 188,1 g/m), de cardiomiopatia dilatada idiopática (média 177,7 g/m) e de cardiomiopatias de outras etiologias (média 175,1 g/m) do que nos portadores de cardiomiopatia chagásica (média 164,3 g/m) e isquêmica (média 162 g/m). O índice da massa ventricular esquerda de portadores de insuficiência cardíaca demonstrou associação com a idade, o sexo, a etiologia e o diâmetro do átrio esquerdo. A correlação com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi negativa - o aumento do índice da massa ventricular esquerda associou-se à redução da fração de ejeção. O risco relativo de óbito foi 1,22 para cada acréscimo de 50 g/m no índice da massa ventricular esquerda. CONCLUSÕES: A estimação da massa ventricular esquerda pode contribuir para a avaliação prognóstica de portadores de insuficiência cardíaca.