RESUMEN
ABSTRACT Objective: To identify how patient-centered care has been addressed in tuberculosis studies with adolescents. Data source: We searched for articles published in Portuguese, Spanish and English in the Virtual Health Library (LILACS), PubMed (MedLine), and Scopus (Elsevier) databases, from 2000 to 2020, using descriptors (DeCS, MeSH) in Portuguese and English. Data synthesis: 1,322 studies were identified, of which 18 were selected. The main themes found were related to adherence to tuberculosis treatment, knowledge, attitudes and practices, health education, and public policies. Conclusions: We observed that both the number of researchers dedicated to the topic and the presence of a truly person-centered view are still scarce elements in tuberculosis among adolescents research.
RESUMO Objetivo: Identificar, por meio de uma revisão integrativa, como o cuidado centrado no paciente tem sido abordado nos estudos de tuberculose com adolescentes. Fontes de dados: Buscamos artigos publicados em português, espanhol e inglês nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde - BVS (LILACS), PubMed (MedLine) e Scopus (Elsevier), de 2000 a 2020, utilizando descritores (DeCS, MeSH) em português e inglês. Síntese dos dados: Foram identificados 1.322 estudos, dos quais 18 foram selecionados. Os principais temas encontrados foram relacionados à adesão ao tratamento da tuberculose, conhecimentos, atitudes e práticas, educação em saúde e políticas públicas. Conclusões: Observamos que tanto o número de pesquisadores dedicados ao tema quanto a presença de uma visão verdadeiramente centrada na pessoa ainda são elementos escassos na pesquisa da tuberculose entre adolescentes.
RESUMEN
A tuberculose (TB) continua sendo uma das principais causas de mortalidade no mundo e os adolescentes são um grupo frequentemente negligenciado nas agendas de pesquisa e estratégias de controle da TB. Os adolescentes têm peculiaridades relativas à TB, como alta incidência da doença e de abandono do tratamento, porém não contam com uma abordagem distinta para sua idade e singularidade. Em vista disso, elaboramos um estudo qualitativo de facilitação educativa à distância, baseada no cuidado centrado na pessoa, com adolescentes de 10 a 19 anos tratados para TB ativa em dois ambulatórios de tisiologia do estado do Rio de Janeiro, visando mensurar e compreender os conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) sobre TB, assim como a autoestima dos pacientes e o estigma associado à doença. Para tanto, organizamos encontros remotos individuais, com a aplicação de três questionários/escalas (CAP, autoestima de Rosenberg, Tuberculosis-related stigma), seguidos de uma entrevista semiestruturada e, posteriormente, foi organizado um encontro coletivo com os adolescentes. As entrevistas foram transcritas para a análise do conteúdo. Como forma de avaliação da atividade realizada, os adolescentes responderam a uma escala de empatia. Foram incluídos 15 adolescentes, sendo 60% mulheres, 80% apresentavam TB pulmonar e 53% TB-RR ou MDR. Os participantes demonstraram ter um bom conhecimento acerca da doença, porém com alguns equívocos relacionados à transmissão da TB. Foi evidenciada a forte presença de estigma, representada no medo de conversar sobre a doença e no sentimento de tristeza com a reação das pessoas e com consequente isolamento do adolescente. Observamos no geral moderada a elevada autoestima nos adolescentes, no entanto 60% deles referiram se sentirem inúteis. Identificamos que o estigma e o sofrimento psíquico foram causados principalmente pelo medo da transmissão da doença. O encontro coletivo foi destacado como oportunidade de conhecer pessoas que passaram por situações parecidas e terem recebido as respostas para as suas dúvidas. Concluímos ser necessária uma abordagem centrada no cuidado à pessoa para o adolescente com TB, incluindo atividades educativas sobre a doença, melhor treinamento dos profissionais de saúde e a criação de programas de aconselhamento por pares. Tal abordagem poderia contribuir para a redução do estigma e do sofrimento relacionados à TB, reduzindo assim o impacto negativo da TB na vida desses jovens e promovendo a adesão ao tratamento e a cura da doença.(AU)