RESUMEN
OBJETIVOS: Verificar a prevalência da associação entre diabetes melito tipo 1 (DM1) e doença celíaca (DC) e a presença de sintomas da DC, a ocorrência de outras doenças auto-imunes entre os pacientes e seus parentes de primeiro grau e as possíveis influências da DC no controle do diabetes. MÉTODOS: Estudo transversal com 195 pacientes com DM1, que responderam ao questionário sobre a presença de sintomas gastrintestinais e a ocorrência de doenças auto-imunes em familiares. Foi dosada a IgA sérica e pesquisado o anticorpo antiendomísio (EMA). Os pacientes com EMA positivo foram submetidos à biópsia intestinal. Aqueles com DC confirmada por biópsia (grupo-casos) foram pareados com os pacientes apenas diabéticos (grupo-controle), de acordo com a idade ao diagnóstico de diabetes, o tempo de duração da doença e o gênero. RESULTADOS: O EMA foi positivo em nove pacientes. Em sete a biópsia confirmou DC (prevalência de 4 por cento). No pareamento de casos (DM1 e DC) e controles (somente DM1), os sintomas gastrintestinais foram significativamente mais freqüentes no grupo casos, não sendo observada diferença com a ocorrência de doenças auto-imunes entre os parentes de primeiro grau e com o controle do diabetes (z peso, z estatura, dose de insulina e HbA1c). CONCLUSÕES: A prevalência de DC neste grupo de pacientes com DM1 foi de 4 por cento. A amostra de pacientes celíacos apresentou predomínio de sintomas gastrintestinais, porém a presença de DC não interferiu no controle do diabetes.
OBJECTIVES: To estimate the prevalence of type 1 diabetes mellitus (DM1) and celiac disease association and to verify the existence of celiac disease symptoms, as well as the occurrence of other autoimmune diseases among the patients, their first-degree relatives and the possible influences of celiac disease in diabetes control. METHODS: It was done a cross-sectional study with 195 patients that answered a questionnaire about gastrointestinal symptoms and the occurrence of autoimmune diseases in their first-degree relatives. IgA was measured and antiendomysial antibody (EMA) was screened. The patients with positive EMA were submitted to intestinal biopsy. Those with celiac disease confirmed by biopsy (case group) were paired with DM1 patients without celiac disease (control group) according to age on diabetes diagnosis, diabetes duration and gender. RESULTS: EMA was positive in nine patients. In seven of them the biopsy has confirmed celiac disease (4.0 percent). Comparing the cases with controls, the gastrointestinal symptoms were significantly more frequent in the first group, but there was no difference between the groups regarding to the occurrence of autoimmune disease among the first-degree relatives and regarding to the control of diabetes (z weight, z height, insulin dose, HbA1c). CONCLUSIONS: The prevalence found was 4.0 percent. This sample of celiac patients showed a predominance of gastrointestinal symptoms, although the celiac disease did not influence the diabetes control.
Asunto(s)
Niño , Preescolar , Femenino , Humanos , Lactante , Masculino , Enfermedad Celíaca/complicaciones , Diabetes Mellitus Tipo 1/complicaciones , Autoanticuerpos/sangre , Estudios de Casos y Controles , Estudios Transversales , Enfermedad Celíaca/diagnóstico , Enfermedad Celíaca/epidemiología , Inmunoglobulina A/sangre , PrevalenciaRESUMEN
Vários esquemas terapêuticos, geralmente com base na determinação da glicemia capilar, têm sido utilizados para melhorar o controle do diabetes mellitus do tipo 1 (DM1). Em vista da dificuldade de obtenção de múltiplas amostras sangüíneas diárias, pelo stress da punção e/ou pelo alto custo da determinação glicêmica, freqüentemente utilizamos a glicosúria como um parâmetro da glicemia. Em 1990 criamos um ambulatório específico para os diabéticos em nosso serviço e, desde 1992, com a doação de tiras para determinação domiciliar de glicemia, glicosúria e cetonúria aos pacientes carentes, passamos a cobrar o controle domiciliar. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da realização de controles domiciliares rotineiros no número de internações dos pacientes portadores de DM1. Analisamos os números: de pacientes acompanhados (P), de internações (I), de tiras distribuídas anualmente (U= glicosúria/cetonúria, S= glicemia) e a relação I/P. Observamos que apesar do aumento progressivo do número de pacientes acompanhados, houve queda das internações acompanhando o aumento progressivo do material fornecido para controle domiciliar, chegando a ser 6 a 8 vezes menor que as observadas em 1989. Houve correlação inversa entre o número de tiras urinárias fornecidas (U/P) e a porcentagem de internações (r= -0,83, p< 0,05). Concluímos que um grupo estruturado para tratamento de DM1 permitiu um melhor controle da doença com diminuição das internações e que apesar de pouco valorizada pela literatura, a determinação de glicosúria é importante no tratamento do DM1 na faixa etária pediátrica.