RESUMEN
OBJETIVO: descrever os resultados perinatais adversos em pacientes com centralização de fluxo sanguíneo fetal, utilizando a relação entre os índices de pulsatilidade das artérias cerebral média e umbilical (IPACM/IPAU) e entre os índices de resistência das artérias cerebral média e umbilical (IRACM/IRAU), assim como comparar os dois índices diagnósticos. MÉTODOS: foram incluídas 151 gestantes com diagnóstico de centralização de fluxo sanguíneo atendidas na maternidade da Universidade Estadual de Campinas, cujo parto ocorreu até 15 dias após o diagnóstico ultrassonográfico. Foram considerados como resultados perinatais adversos: índice de Apgar inferior a sete no quinto minuto, internação em UTI neonatal, concepto pequeno para a idade gestacional, sofrimento fetal agudo, mortalidade perinatal, hipoglicemia, policitemia, enterocolite necrosante, hemorragia cerebral, hemorragia pulmonar, anemia, septicemia, doença de membrana hialina, síndromes convulsivas, síndrome de hiper-reflexia e insuficiência renal. As frequências dos resultados perinatais adversos (RPA) para as relações cérebro-placentária foram comparadas utilizando-se o teste exato de Fisher ou o do χ2 de Pearson, considerando-se como estatisticamente significativo o nível de 5 por cento. Os resultados perinatais adversos foram avaliados de acordo com a idade gestacional, utilizando-se o teste de tendência de Cochrane-Armitage. RESULTADOS: os resultados perinatais adversos para o grupo em que os dois índices apresentaram-se alterados constatou que 62,5 por cento dos recém-natos necessitaram de internação em UTI, conceptos pequenos para a idade gestacional (PIG) ocorreram em 75,2 por cento, sofrimento fetal agudo em 35,3 por cento, hipoglicemia em 84,4 por cento, policitemia em 8,3 por cento, enterocolite necrosante em 4,2 por cento e hemorragia cerebral em 2,1 por cento. Constatou-se associação significativa das relações IPACM/IPAU e IRACM/IRAU, no decorrer da idade gestacional, ...
PURPOSE: to describe adverse perinatal outcomes in patients with fetal blood flow centralization, using the relationship between the pulsatility indexes of the middle cerebral and umbilical arteries (MCAPI/UAPI), and between the resistance indexes of the middle cerebral and umbilical arteries (MCARI/UARI), as well as to compare both diagnostic indexes. METHODS: 151 pregnant women with diagnosis of blood flow centralization, attended to at the maternity hospital of Universidade Estadual de Campinas, whose delivery occurred up to 15 days after the ultrasonographic diagnosis, were included. It was considered as adverse perinatal outcomes: Apgar index lower than 7 at the fifth minute, permanence in neonatal ICU, small fetus for the gestational age, severe fetal suffering, perinatal death, hypoglycemia, polycythemia, necrotizing enterocolitis, brain hemorrhage, lung hemorrhage, anemia, septicemia, hyaline membrane disease, convulsive syndromes, hyperreflexia syndrome and kidney insufficiency. Rates of the perinatal adverse outcomes (PAO) for the brain-placentary ratios have been compared, using Fisher's exact or Pearson's χ2 tests, at 5 percent significance level. Adverse perinatal outcomes according to the gestational age have been evaluated using the Cochrane-Armitage test for trend. RESULTS: the adverse perinatal outcomes for the group with the two indexes altered were: 62.5 percent of the newborns needed to be placed in an ICU, 75.2 percent were small for the gestational age (SGA), 35.3 percent were under severe fetal suffering, 84.4 percent had hypoglycemia, 8.3 percent polycythemia, 4.2 percent necrotizing enterocolitis, and 2.1 percent brain hemorrhage. There has been significant association between the MCAPI/UAPI and MCARI/UARI ratios along the gestational age, and the need for neonatal intensive care, small fetuses for the gestational age, septicemia, necrotizing enterocolitis, kidney insufficiency, hyaline membrane disease, ...