RESUMEN
O Tecido mamário canceroso contém todas as enzimas (estrona sulfatase, 17beta-hidroxiesteróide desidrogenase, aromatase) envolvidas nos últimos passos da biossíntese do estradiol. Este tecido também contém sulfotransferase para a formação de sulfatos de estrogênio biologicamente inativos. Nos últimos anos, demonstrou-se que vários progestágenos (promegestona, acetato de nomegestrol, medrogestona), bem como a tibolona e seus metabólitos são potentes inibidores das atividades da sulfatase e da 17beta-hidroxiesteróide desidrogenase. Mostrou-se, também, que promegestona, acetato de nomegestrol, medrogestona ou tibolona podem estimular a atividade da sulfotransferase para a produção local de sulfatos de estrogênio. Todos estes dados, em adição a numerosos agentes que podem bloquear a ação da aromatase, levam ao novo conceito dos moduladores seletivos de enzimas estrogênicas (SEEM), o qual pode ser amplamente aplicado ao tecido mamário canceroso. A exploração de vários progestágenos e outros agentes ativos em trials com pacientes com câncer de mama, mostrando efeito inibidor na sulfatase e 17 beta-hidroxiesteróide desidrogenase, ou efeito estimulador na sulfotransferase, irá proporcionar nova possibilidade no tratamento desta doença
Asunto(s)
Humanos , Femenino , 17-Hidroxiesteroide Deshidrogenasas , Neoplasias de la Mama , Estradiol , Moduladores de los Receptores de Estrógeno/uso terapéutico , Sulfatasas , SulfotransferasasRESUMEN
O Objetivo desta revisão foi avaliar dados de estudos realizados sobre a tibolona e seus efeitos na mama, com a intenção de saber se essa substância é boa opção para o tratamento da menopausa de pacientes com contra-indicação para a terapia hormonal convencional, por apresentarem histórico familial importante para câncer de mama. A tibolona é uma progesterona derivada da 19-nortestosterona que, após ingestão via oral, é metabolizada em três principais metabólitos: 3alfa e 3beta hidroxitibolona, com ações estrogênicas, e o isômero delta4, com ações progestagênicas e androgênicas. Estudos revelam que a tibolona e seus metabólitos exercem influência nas enzimas moduladoras da síntese de estrogênio intracelular presentes no tecido mamário (sulfatase, 17beta hidroxiesteróide desidrogenase e sulfotransferase), diminuindo as concentrações de estradiol na mama e mantendo os estrogênios endógenos e os hidroximetabólitos da tibolona em suas formas sulfatadas (inativas), não exercendo, desta forma, efeitos estrogênicos neste tecido. Além disso, a tibolona inibe a proliferação de células epiteliais mamárias e estimula a apoptose, com efeito positivo na homeostase celular. Devido a estas propriedades, a tibolona pode proporcionar vantagens como opção para a terapia hormonal da menopausa de mulheres com alto risco para câncer de mama