RESUMEN
Introduction: Restrictive isolation contributes to the containment of the virus, but it also has negative consequences for mental health. This study aimed to assess the quality of life, during the pandemic, in patients with Parkinson's disease (PD), compare it with measures before the pandemic, and identify factors that may be associated with non-compliance with cognitive intervention activities. Methods: The PDQ-39 questionnaire was reapplied in a sample of PD patients previously followed up in rehabilitation program. In addition, a questionnaire to assess the follow-up of cognitive training activities was elaborated. Results: Twenty-two individuals with mean age of 62.72(7.49) years and a mean duration of the disease of 8.7(3.30) years participated in this study. There was a statistically significant difference in the total score of the PDQ-39(p=0.048), as well as in the mobility (p=0.038), stigma (p=0.035), social support(p=0.045), and cognition(p=0.026) dimensions. When analyzing the questionnaire, it was observed that most of the sample was able to follow the guidelines received during the cognitive training group (77.3%), mainly reading activities (41%), games (35%), and applications (35%). However, 77.3% reported worsening cognition, with attention (50%) and memory (34%) being highlighted, as well as sadness, discouragement, and indisposition (72%), anxiety (77.27%), and difficulty falling asleep (68%). A total of 86.36% perceived the need for professional support in mental health. Conclusion: This study showed the impact of the pandemic on individuals with PD, leading to a worse perception of quality of life and subjective complaints related to sleep disturbance, cognitive impairment, and neuropsychiatric symptoms (depression and anxiety).
Introdução: O isolamento restritivo contribui para a contenção do vírus, mas também traz consequências negativas para a saúde mental. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida, durante a pandemia, em pacientes com doença de Parkinson (DP), compará-la com medidas anteriores à pandemia e identificar fatores que possam estar associados à não adesão às atividades de intervenção cognitiva. Métodos: O questionário PDQ-39 foi reaplicado em uma amostra de pacientes com DP previamente acompanhados em programa de reabilitação. Além disso, foi elaborado um questionário para avaliar o acompanhamento das atividades de treino cognitivo. Resultados: Participaram deste estudo 22 indivíduos com idade média de 62,72(7,49) anos e duração média da doença de 8,7(3,30) anos. Houve diferença estatisticamente significativa na pontuação total do PDQ-39(p=0,048), bem como na mobilidade (p=0,038), estigma (p=0,035), suporte social (p=0,045) e cognição (p=0,026) dimensões. Ao analisar o questionário, observou-se que a maior parte da amostra conseguiu seguir as orientações recebidas durante o grupo de treinamento cognitivo (77,3%), principalmente atividades de leitura (41%), jogos (35%) e aplicativos (35%). No entanto, 77,3% relataram piora da cognição, com destaque para atenção (50%) e memória (34%), além de tristeza, desânimo e mal-estar (72%), ansiedade (77,27%) e dificuldade para dormir (68%). Um total de 86,36% percebeu a necessidade de apoio profissional em saúde mental. Conclusão: Este estudo mostrou o impacto da pandemia em indivíduos com DP, levando a uma pior percepção da qualidade de vida e queixas subjetivas relacionadas a distúrbios do sono, comprometimento cognitivo e sintomas neuropsiquiátricos (depressão e ansiedade).
RESUMEN
ABSTRACT. Pharmacological treatments for mild cognitive impairment (MCI), are lacking, and alternative approaches have been implemented, including cognitive training (CT). Objective: To determine the impact of CT on cognitive and quality of life measures in patients with Parkinson's disease (PD) who were seen a hospital neurorehabilitation program. Methods: Thirty-nine individuals with MCI-PD, according to the Movement Disorder Society, were randomly distributed into two groups: experimental and control group, matched for demographic and clinical characteristics. Both groups were assessed for cognition and quality of life at the beginning of the study and at the end of the intervention protocol. The following instruments were used to assess cognition and quality of life: Addenbrooke's Cognitive Examination III, Digit Span, Trail Making Test (TMT, A and B) and Parkinson disease quality of life questionnaire. The experimental group (EG) engaged in CT, whereas the control group (CG) underwent activities of the general rehabilitation program. Results: No baseline evaluation differences were found. Intergroup analysis showed differences in measures, such as total score (1.977, p=0.0480) and visuospatial domain (-2.636, p=0.0084) of the ACE-III, with the EG performing better, in addition to better performance in TMT-B mistakes (-1.928, p=0.0439). Intragroup analysis revealed that the EG showed significant improvement in almost all the cognitive variables, well as in self-reported quality of life (total score and mobility, activities of daily living, body discomfort dimensions). Conclusions: Engagement in cognitive activities was associated with better cognitive abilities in PD-MCI. Future studies should consider the long-term effect of this type of intervention and impact on functional activities.
RESUMO. A falta de evidência de tratamentos farmacológicos, especificamente para pacientes com comprometimento cognitivo leve na doença de Parkinson (CCL-DP), leva à implementação de abordagens alternativas, incluindo a reabilitação cognitiva. Objetivo: Determinar o impacto do treino cognitivo (TC) em medidas cognitivas e da qualidade de vida em pacientes com DP, que participavam de um programa de reabilitação neurológica hospitalar. Métodos: Total de 39 indivíduos com CCL-DP, de acordo com a Sociedade de Distúrbios do Movimento, foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: experimental e controle, pareados por características demográficas e clínicas. Ambos os grupos foram avaliados quanto à cognição e qualidade de vida no início do estudo e ao final do protocolo de intervenção. Os seguintes instrumentos foram utilizados para avaliar a cognição e a qualidade de vida: Exame Cognitivo III de Addenbrooke, teste de dígitos, TMT (A e B) e questionário de qualidade de vida da doença de Parkinson. O grupo experimental foi submetido ao treino cognitivo, ao passo que o grupo controle passou por atividades do programa de reabilitação. Resultados: Não foram encontradas diferenças na avaliação basal. A análise intergrupo mostrou diferenças em medidas, como escore total (1,977, p=0,0480) e domínio visuoespacial (-2,636, p=0,0084) da ACE-III, tendo o grupo experimental melhor desempenho, além de desempenho superior em TMT-B erros (-1,928, p=0,0439). A análise intragrupo revelou que o grupo experimental mostrou melhora significativa em quase todas as variáveis cognitivas, assim como na percepção de qualidade de vida (escore total e dimensões de mobilidade, atividades da vida diária e desconforto corporal). Conclusões: O envolvimento em atividades cognitivas foi associado a melhores habilidades cognitivas em pacientes com CCL-DP. Estudos futuros devem considerar o efeito a longo prazo desse tipo de intervenção e o impacto nas atividades funcionais.