RESUMEN
Apesar dos avanços terapêuticos, a urticária constitui uma das dermatoses mais freqüentes. O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil e a evolução clínica dos pacientes com urticária crônica (UC) atendidos em consultório de especialidade. Foi realizado um estudo observacional, seccional, de 249 pacientes com diagnóstico de urticária crônica, atendidos em um serviço privado de Alergologia de Juiz de Fora, no período de 1993 a 2005. Pacientes com diagnóstico de urticária aguda foram excluídos. As variáveis analisadas foram idade, sexo, etiologia, bem como evolução clínica e tratamento. A média da idade foi 36,8 anos (DP=18,4). Considerando-se a variável sexo, 74,7% (186/249) eram do sexo feminino. Na evolução clínica, verificou-se que 67,1% (167/249) dos pacientes continuaram em acompanhamento, com uma mediana de duas consultas subseqüentes. Nestes, os resultados demonstraram: melhora clínica completa com 50,3% (84/167); a interrupção do tratamento com referência de melhora parcial em 47,3% (79/167); e a interrupção do tratamento com referência de nenhuma melhora clínica em 2,4% (4/167). Quanto à etiologia, em 68,3% (170/249) dos pacientes não se conseguiu estabelecer uma causa específica. Entre os 31,7% (79/249) pacientes que apresentaram uma causa para a UC, 40,5% (32/79) tinham alguma alteração laboratorial ligada à tireóide. Observamos que o perfil epidemiológico dos pacientes segue o demonstrado na literatura, com predomínio em adultos e no sexo feminino, sendo elevado o número de pacientes que não dão continuidade ao acompanhamento ou com interrupção com melhora parcial.
Despite therapeutic advances, urticaria is one of the most common dermatoses. The objective of this study was to evaluate the clinical profile and the evolution of patients with chronic urticaria (CU) seen in a specialist office. We conducted an observational and sectional study of 249 patients diagnosed with CU, examined in a private service of Allergology of Juiz de Fora, in the period from 1993 to 2005. Patients with diagnosis of acute urticaria were excluded. The variables examined were age, sex, etiology and clinical evolution and treatment. The mean age was 36.8 years (SD = 18.4). 74.7% (186/249) were female. As for clinical course, it was found that 67.1% (167/249) of patients were followed up, with a median of two subsequent consultations. In the latter, the results showed that: complete clinical improvement with 50.3% (84/167); the treatment with reference to partial improvement in 47.3% (79/167); and treatment with reference to any clinical improvement in 2.4% (4 /167). There was no specific cause of CU in 68.3% (170/249) of patients. Among the 31.7% (79/249) patients who had a cause for the CU, 40.5% (32/79) had thyroiditis. We observed that the epidemiological profile with prevalence in adults and in females, as well as the high number of patients who are lost to follow-up were supported by the literature.