RESUMEN
Abstract The occurrence of anomalous coloration (albinism, leucism and melanism) in mammals is a rare phenomenon in nature, but this phenomenon has been reported for several species of mammals. In this study, we report on the occurrence of leucism in Eira barbara by examining three road-killed individuals and two sightings of live animals in Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, southeastern Brazil. In addition, we examined tayra specimens housed in mammal collections from Brazil and USA. The animals found dead and those sighted had a whitish yellow fur on the body and head, resulting in lighter coloration than the coloring pattern commonly observed in tayras. Despite these lighter color pattern, the specimens showed parts of soft tissue, such as iris and the skin, with pigmentation very similar to that present in individuals with the typical color pattern. This set of factors indicates the specimens recorded were in fact leucistic and not albino. Among the specimens examined in the scientific collections, we found nine individuals from different localities that presented the whitish yellow color pattern. Some studies attribute the higher frequency of cases of leucism due to small populations and / or with some mechanism of reproductive isolation. Thus, analysis of the genetic variability of populations containing individuals with such characteristics should be considered. On the other hand, the occurrence of polymorphic color phenotype in tayras indicates that hypotheses related to the fixation of recessive characteristics, or on possible environmental adaptive advantages of these phenotypes can be tested.
Resumo A ocorrência de coloração anômala (albinismo, leucísmo e melanismo) em mamíferos é um fenômeno raro na natureza, mas ela tem sido relatada para diversas espécies. Neste trabalho nós relatamos a ocorrência de leucísmo em Eira barbara por meio do exame de três indivíduos encontrados mortos atropelados por veículos e pela visualização direta de indivíduos vivos na Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, sudeste brasileiro. Em adição, nós consultamos coleções de mamíferos em museus do Brasil e dos Estados Unidos da América. Os animais encontrados mortos e os avistados apresentavam pelagem amarela esbranquiçada no corpo e na cabeça, resultando em uma coloração muito mais clara que o padrão de coloração comumente observado em iraras. Apesar deste padrão de coloração mais claro, os espécimes apresentavam partes do tecido mole, tais como a íris e a pele, com pigmentação muito semelhante àquela presente em indivíduos com padrão de coloração típico da espécie. Este conjunto de fatores indicou que os espécimes registrados eram de fato leucísticos e não albinos. Dentre os espécimes examinados nas coleções científicas, nós encontramos nove indivíduos de diferentes localidades que apresentavam o padrão de coloração esbranquiçado. Alguns estudos atribuem a frequência elevada de casos de leucísmo a pequenas populações e / ou com algum mecanismo de isolamento reprodutivo. Dessa forma, análises da variabilidade genética de populações contendo indivíduos com essas características devem ser consideradas. Por outro lado, a ocorrência de fenótipos de coloração polimórficos em iraras indica que hipóteses podem ser testadas tanto com relação à fixação de caraterísticas recessivas, quanto sobre possíveis vantagens adaptativas ambientais desses fenótipos.