Psicanálise e literatura / Literature and psychanalysis

O trabalho trata sobretudo da inter-relação Psicanálise-Literatura. Exemplos são trazidos sobre a importância e influência dos escritores na obra de Freud e, de outro lado, são citados depoimentos de autores contemporâneos de Freud que confessam a dívida da literatura e deles próprios para com a psicanálise. Algo é apontado sobre a literatura como objeto de estudo por parte dos psicanalistas. No final, a autora escreve sobre os aspectos literários de Freud: como leitor, correspondente, em conversa, conferencista, e se estende sobre O escritor Freud.

Um Freud anterior a 1900 / Sigmund Freud before 1900

A autora, baseando-se em dados retirados de biógrafos e da correspondência de Freud (que há anos estuda), descreve as atividades e estudos anteriores a A interpretação dos sonhos e procura demonstrar que desde a juventude Freud dedicou sua vida à procura da verdade. Considera a peculiar constelação familiar do pequeno Schlomo Sigismund como um dos fatores determinantes de sua futura tendência epistemofílica. Uma idéia rápida é dada sobre os inúmeros trabalhos (desde estudante até 1899) dedicados à anatomia, histologia e fisiologia dos sistema nervoso e às pesquisas em zoologia, muitos deles constituindo pequenas descobertas; importantes artigos sobre neurologia e, por fim, os relatos de tratamentos de histéricas, quando Freud soube utilizar para o futuro método analítico, o que aprendera com suas pacientes. A autora encara a descorberta freudiana da importância da fantasia da criança como um "corte epistemológico" e também uma certa coragem de Freud, no "livro dos sonhos", ao examinar-se em um microscópio psicológico

Freud e os escritores de sua época / freud and his contemporary writers

Neste Trabalho são trazidos depoimentos do Grupo Surrealista e dos escritores Stefan Zweig, Thomas Mann e Romain Rolland, que declararam abertamente a importância das idéias de Freud para a literatura. A autora baseia-se em Discursos, Manifestos e na Correspondência desses autores com Freud. Propositadamente abstem-se de focalizar o outro lado da questão: a grande admiração de Freud pelos escritores e as compreensões freudianas sobre a criação artística, optando por dar a palavra a alguns contemporâneos de Freud

Primeiros encontros com a psicanálise: os precursores no Brasil (1899-1937) / First encounters with psychoanalysis: the precursors in Brazil (1899-1937)

Trata-se de um trabalho de pesquisa histórico-bibliográfica sobre os precursores da psicanálise no Brasil - aqueles que, autodidatas, a divulgaram e a praticaram antes da existência de qualquer formaçäo analítica no país. A autora estuda e comenta a obra da maioria dos brasileiros apontados por Porto-Carrero em "Conceito e História da Psicanálise". Näo lhe é possível deter-se em todos os mencionados, porém contribui com novos nomes. Juliano Moreira fala em Freud, em 1899, na cátedra da Faculdade de Medicina da Bahia e, já em 1914, Genserico de Souza Pinto defende tese sobre psicanálise, no Rio de Janeiro. O livro de Franco da Rocha, sobre a doutrina de Freud, data de 1919, sendo o primeiro inteiramente dedicado ao assunto. Franco da Rocha, Durval Marcondes, Osório Cesar e outros - precursores em Säo Paulo - escrevem vários trabalhos e fundam em 1927, a primitiva a Sociedade Brasileira de Psicanálise. A autora considera Durval Marcondes o único precursor pioneiro, pois, além de autodidata, submete-se, mais tarde, à formaçäo analítica. Em 1929, é fundada a primeira revista brasileira de psicanálise. No Rio de Janeiro, antes de 1920, escrevem sobre o tema Genserico de Souza Pinto, Antonio Austregésilo, Medeiros de Albuquerque e poucos outros. J.P. Porto-Carrero, catedrático de Medicina Legal na Faculdade de Direito do RJ, imprime à cadeira uma orientaçäo psicanalítica; sua obra extensa e profunda constitui a maior expressäo do precursor. Foi o primeiro a empregar a técnica freudiana, como é provado no presente trabalho. Porto-Carrero, Deodato de Morais, Murillo de Campos e Carneiro Ayrosa contribuem com cursos, seminários, artigos e livros. Fundam, em 1928, no Rio, a subsede da Sociedade Brasileira de Psicanálise. Säo comentados, também, Aloysio de Paula e Neves Manta. O antropólogo e grande africanista Arthur Ramos é, na Bahia, o mais importante precursor, com inúmeros livros e trabalhos. Em Porto Alegre, Joäo Cesar de Castro, em 1924, defende tese de doutorado ...