Hiponatremia: estudo de sua epidemiologia e mortalidade / Hyponatremia: study of its epidemiology and mortality

Neste trabalho, 49 episódios de hiponatremia (0,78% dos casos internados no Hospital das Clínicas durante 90 dias) foram estudados. Mais de 90% dos casos foram intra-hospitalares e do tipo dilucional, sendo 34% classificados como hiponatremias graves (Na < 118 meq/1). Diuréticos, restriçäo de sal sem restriçäo de água foram os principais fatores desencadeantes. Sintomas neurológicos que poderiam ser explicados pela hiponatremia ocorreram em 10,8% dos casos, persistindo 4,3% com sintomas após o tratamento, sendo este feito com uma baixa velocidade de correçäo (0,16 ñ 0,004 meq/1 hora). Dez pacientes morreram, porém em apenas um caso o óbito poderia ter sido causado pelo distúrbio. Estes resusltados mostraram que a morbidade e a mortalidade da hiponatremia per si é baixa em nosso meio, que poucos pacientes tinham alteraçöes neurológicas e que a maioria se recuperou com o tratamento lento

A influência de fatores clínicos e nutricionais sobre o prognóstico de pacientes criticamente enfermos: o papel da nutriçäo enteral / The influence of clinical and nutritional factors on the prognosis of criticaly ill patients: the role of enteral nutrition

Diferentes parâmetros clínicos, bioquímicos e nutricionais têm sido correlacionados com a evoluçäo de pacientes graves. Com o objetivo de avaliar a influência de algumas variáveis clínicas e nutricionais, assim como os efeitos e complicaçöes da nutriçäo enteral, foram estudados 40 casos clínicos e cirúrgicos criticamente enfermos, dos quais 30 eram sépticos. Todos foram submetidos a um regime de alimentaçäo enteral com o intuito de repor seus gastos calórico-protéicos, tendo a alimentaçäo intravenosa sido utilizada apenas complementarmente nos casos de intolerância. Verificou-se que a tolerância à dieta enteral foi insatisfatória em 55,0% dos casos, e a reposiçäo média do dispêndio calórico nesta série näo ultrapassou a 54,4% das calorias calculadas. A mortalidade, que neste trabalho se associou fortemente com a ocorrência de sepsis, sofreu influência mínima da duraçäo da internaçäo sob cuidados intensivos e da ingestäo calórica global. A intolerância à dieta enteral revestiu-se aqui de má conotaçäo prognóstica, tendo-se manifestado em 81,3% dos casos que faleceram. Conclui-se que nesta populaçäo de alto risco freqüentemente acometida de importantes complicaçöes infecciosas, a assistência nutricional por via digestiva está associada com elevado porcentual de insucesso terapêutico, possivelmente induzido ou agravado pela própria sepsis. Nestas circunstâncias, o fracasso da alimentaçäo enteral acompanha-se também de grande mortalidade