RESUMEN
A alopecia androgenética (AAG) na mulher, também conhecida como calvície feminina ou queda de cabelo hormonal difusa, constitui entidade clínica de interesse relevante, sobretudo por razões cosméticas e por perda da auto-estima. Clinicamente, apresenta-se como rarefação capilar determinada geneticamente, condicionada ao androgênio, nas regiões fronto-parietais, porém sem a formação de áreas de calvície típica. Acomete cerca da 20 porcento das mulheres em diferentes faixas etárias, relacionando-se em particular aos estados hiperandrogênicos, ao ciclo gravídico-puerperal e ao climatério. O diagnóstico etiológico da calvície feminina requer ampla investigação clínica e laboratorial, com ênfase no diagnóstico diferencial das alopecias relacionadas a causas sistêmicas, como o lúpus eritematoso sistêmico, a dermatomiosite, a anemia ferropriva, as doenças carenciais e debilitantes, o diabetes e a doença de Addison. A abordagem terapêutica inclui a utilização de fármacos por via sistêmica e tópica, muitas vezes em associação, incluindo aqueles com características antiandrogênicas e substâncias tópicas como o 17 a-estradiol. O conhecimento dos preceitos básicos acerca do diagnóstico e tratamento da AAG por parte do ginecologista possibilita melhor interação com o dermatologista na orientação de pacientes portadoras dessa afecção clínica