RESUMEN
O objetivo do presente trabalho foi verificar o relacionamento entre os hábitos bucais das mães e os hábitos bucais dos filhos. Desenvolveu-se um estudo epidemiológico retrospectivo transversal com a entrevista, através de formulário pré-testado, de 208 mães na sala de espera das clínicas coordenadas pelo Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUFMG. Os dados coletados foram submetidos a análise estatística, sendo o qui-quadrado e odds ratio os testes escolhidos. Observou-se que a chupeta foi o hábito mais prevalente na infância tanto das mães quanto das crianças (46,6% e 65,4% respectivamente). A onicofagia foi o hábito atual mais prevalente nos dois grupos (38,7% - mães e 32,7% - crianças). Verificou-se que filhos de mães que utilizaram a chupeta na infância apresentaram um risco de 3,4 vezes maior (OR = 3,4) de também apresentarem o hábito de sucção de chupeta comparados aos filhos de mães que não apresentaram este hábito. Constatou-se que filhos de mães com hábito de onicofagia apresentaram quase quatro vezes mais chance de também apresentarem este costume (OR = 3,9). Dentre as portadoras de hábitos, 72,6% considera que estes as prejudicaram ou a seus filhos em algum fator, sendo a desarmonia dos dentes o item mais citado pelas mães (71.9%). Encontrou-se associação entre os hábitos bucais das mães e das crianças, havendo uma tendência de repetição destes pelos filhos. A maioria das mães tem conhecimento de que os hábitos bucais deletérios trazem prejuízos à conformação das arcadas dentárias, porém a repetição destes costumes pelos filhos foi freqüente.