RESUMEN
Objetivo :A hipertensão arterial, assintomática e desconhecida pela maioria dos seus portadores, é importante fator de risco para complicações cardiovasculares e renais. A prevenção primária e a detecção precoce da doença são as formas mais efetivas de evitar tais complicações. Métodos: Estudantes de Medicina foram preparados para realizar palestras a alunos do ensino médio sobre hipertensão arterial e outros riscos cardiovasculares associados, aplicar questionário epidemiológico e aferir a pressão arterial (PA) em amostra de 633 alunos. Resultados: A média da idade foi 17,4± 1,9 anos (SD); 5O,1 por cento eram homens; 76,2 por cento caucasianos, 22,8 por cento negros ou mulatos, 0,9 por cento orientais e 13,7 por cento fumantes. Foram encontrados índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 30 Kg/m2 em 9,9por cento e IMC>30 Kg/M2 em 1,4por cento. PA sistólica elevada (> 1 40 mmhg) foi verificada em 9,6 por cento, PA diastólica elevada (>menor que 90 mmhg) em 9,3por cento; 14,2por cento tinham PA sistólica e/ou diastólica elevadas. Outros 16,1 por cento tinham PA na faixa "limítrofe". A hipertensão arterial foi mais prevalente nos homens (2 1,5 por cento) que nas mulheres (7 por cento), p<0,000 1, não havendo diferença entre negros ou mulatos (16,4 pro cento) e caucasianos (13,7 por cento). Encontramos correlação positiva entre PA sistólica e IMC (r=0,341 1, p<0,0001), bem como entre PA diastólica e IMC (r=0,3133, p<0,0001). Não observamos relação entre o fumo ou a inatividade física e prevalência de hipertensão. Conclusão: Embora seja preciso reavaliar a PA individualmente, preocupa a alta prevalência de hipertensão arterial nesta idade, intimamente relacionada ao sobrepeso. Há necessidade de se estabelecer instrumentos de avaliação precoce do risco cardiovascular e promover orientação preventiva para estes jovens.