RESUMEN
Existem vários exempolos de drogas anticâncer derivadas de plantas e microrganismos terrestres, tais como os alcalóides da vinca, as epipodofilotoxinas, as antraciclinas, os taxóides e os derivados da camptotecina. A identificação de nucleosídeos a partir da esponja "Cryptotheca Crypta, coletada no mar do Caribe, há cerca de quatro décadas, constituiu a base pra a síntese da citarabina, o primeiro agente anticâncer de origem marinha a chegar à clínica. A citarabina é hoje utilizada no tratamento de pacientes com linfomas sintéticos, a gemcitabina, foi recentemente aprovado para uso em pacientes com câncer de pâncreas, e vem sendo também utilizada no tratamento de pacientes com outras neoplasias, como o câncer de pulmão, bexiga, mama e cabeça e pescoço. Na realidade, vários compostos anticâncer experimentais de origem marinha foram introduzidos em estudos clínicos de fases I e II nesta última década. Este campo de pesquisa vem expedindo de forma significtiva em decorrência de avanços, sobretudo, nas técnas de coleta de materiais em águas profundas, extração de seus componentes e pela sua produção em larga escala através da aquatultura e da síntese química. Neste artigo o autor ilustra o tema apresentando dados referentes a novos compostos marinhos promissores no tratamento do câncer, tais como aplidina, o ET-743, a briostatina 1, a dolastatina 10 e o depsipeptido, os quais se encontram em fases de desenvolvimento clínico inicial