RESUMEN
A criptococose é uma infecção fúngica, cujo envolvimento do sistema nervoso central é caracteristicamente insidioso, apresentando sinais de irritação meníngea, sequelas neurológicas e alta mortalidade. A gestação, condição que leva a certo grau de imunossupressão, pode dificultar a resposta ao tratamento. Objetivando determinar a estratégia de tratamento mais efetiva para meningite criptocócica em grávidas sem outras condições de imunossupressão, o presente trabalho realizou um levantamento bibliográfico acerca do tema. Foram revisados cinco artigos, os quais evidenciaram ampla utilização de anfotericina B em monoterapia ou associada à flucitosina, inclusive no primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação. Também foi relatada a utilização de fluconazol e itraconazol. Em todos os relatos, os resultados foram favoráveis tanto para mãe quanto para a criança. Existem poucos dados disponíveis na literatura acerca do tema proposto. Preferencialmente, a conduta a ser realizada envolve internação da gestante como gravidez de alto risco e administração de anfotericina B. Embora os resultados apresentados tenham sido favoráveis tanto para a monoterapia com anfotericina B quanto para sua associação com flucitosina, ou para monoterapia com fluconazol ou itraconazol, são necessários estudos prospectivos, controlados e randomizados para determinar o esquema terapêutico significativamente mais eficaz para o tratamento da criptococose em gestantes
Cryptococcosis is an infection caused by a fungus, whose involvement in the central nervous system is characteristically insidious, presenting signs of meningitis, neurological sequelae, and high mortality. The pregnancy, a condition that leads to a certain degree of immunosupression, may hinder the response to treatment. With the aim of determining the most effective treatment for cryptococcal meningitis in pregnant women without other causes of immunodeficiency, this paper carried out a survey about the subject. Five articles were analyzed and they showed a wide utilization of amphotericin B as monotherapy or associated with flucytosine in the treatment of cryptococcal meningitis in pregnant women, which includes the usage during the first, second and third trimesters of pregnancy. It was also reported the usage of itraconazole and fluconazol. The results were positive in all articles for both mother and fetus. There are few data available in the literature about this theme. Preferably, the physician should proceed with the admission of the patient as a high-risk pregnancy and should administer amphotericin B. Although the presented results were favorable to monotherapy with amphotericin B and to its association with flucytosine, as well as to monotherapy with fluconazole or itraconazole, only randomized controlled trials will be able to determine the best significantly effective therapeutics for cryptococcosis in pregnant women