RESUMEN
Introdução: a lesão periapical ocorre em dentes não vitais como resultado de uma agressão, devido à presença de microrganismos no interior do canal radicular. Radiograficamente, ela aparece como uma imagem radiolúcida circunscrita na região do ápice dentário, que, em algumas circunstâncias, pode atingir grandes extensões e induzir o cirurgião-dentista a indicar, inadvertidamente, a realização de complementação cirúrgica. Diante disso, torna-se importante a apresentação de casos clínicos que demonstrem a possibilidade da regressão de lesões periapicais extensas por meio da execução de um tratamento endodôntico com a aplicação de um curativo de demora, sem a necessidade de executar cirurgia parendodôntica para complementação do reparo. Relato de caso: após a coleta, interpretação de sinais e sintomas e a elaboração de um diagnóstico de periodontite apical assintomática com extensa área radiolúcida associada ao dente #22, foi realizada a abertura coronária, preparo biomecânico com o sistema automatizado Logic e aplicação de um curativo de demora à base de hidróxido de cálcio, que permaneceu por um período de 15 dias. Em seguida, promoveu-se a obturação do canal radicular, pela técnica do cone único, com cimento endodôntico Sealer 26. O controle radiográfico realizado seis meses após a conclusão do tratamento endodôntico demonstrou a completa regressão da lesão periapical, comprovando o sucesso da terapia instituída. Conclusão: a realização de um tratamento endodôntico criterioso, com a aplicação de substâncias antimicrobianas durante o preparo biomecânico, pode resultar na ocorrência de reparo apical, independentemente do tamanho da lesão, sem a necessidade de complementação cirúrgica.