RESUMEN
OBJETIVO: correlacionar as queixas de incontinência urinária de esforço e os resultados da aplicação do pad test de uma hora em mulheres na pré e pós-menopausa. MÉTODOS: estudo transversal, composto por 60 voluntárias na pós-menopausa, divididas em dois grupos: um com 34 mulheres com queixa de perda involuntária de urina aos esforços, outro com 26 mulheres sem queixas de perda de urina aos esforços. Há também a presença de um Grupo Controle composto por 15 mulheres na pré-menopausa, com ciclo menstrual normal e sem queixas urinárias. Todas as mulheres foram avaliadas quanto à clínica e laboratorialmente, e submetidas ao pad test por uma hora. A paciente foi considerada incontinente quando o peso do absorvente após o teste foi maior do que 1 g. Os resultados obtidos foram submetidos à estatística descritiva, ao teste paramétrico ANOVA, ao pós-teste de Turkey e à correlação de Pearson. RESULTADOS: todas as mulheres na pós-menopausa apresentaram incontinência urinária de esforço durante o pad test, tanto as que referiram perda urinária (4 g), como as sem perda urinária prévia (3,5 g). Nessas mulheres, observou-se uma forte correlação das perdas de urina com o tempo de menopausa (r=0,8; p<0,01) e com o índice de massa corpórea (IMC) (r=0,7; p= 0,01). As mulheres na pré-menopausa mantiveram-se continentes durante o pad test (0,4 g). CONCLUSÕES: os resultados obtidos com a aplicação do pad test de uma hora mostraram que todas as mulheres na pós-menopausa apresentavam incontinência urinária de esforço, inclusive aquelas que não apresentavam queixa de perda de urina aos esforços. Essa perda de urina correlaciona-se com o tempo de menopausa e com o IMC.
OBJECTIVE: to correlate complaints of stress urinary incontinence and the results of a one-hour pad test in pre- and postmenopausal women. METHODS: cross-sectional study conducted on 60 postmenopausal volunteers divided into two groups: one consisting of 34 women with involuntary loss of urine due to stress incontinence and the other consisting of 26 women without involuntary loss of urine. A control group of 15 premenopausal women with normal menstrual cycles and no urinary complaints was also used. All women underwent clinical and laboratory analysis as well as the one-hour pad test. Patients were considered to be incontinent when sanitary pad weight post-test was more than 1 g. Data were submitted to descriptive statistics, parametric ANOVA, post-hoc Tukey test and Pearson's correlation. RESULTS: all postmenopausal women presented with stress urinary incontinence during the pad test, both those with urinary loss (4 g) and with no previous loss (3.5 g). A strong correlation was observed between urinary loss and time since menopause (r=0.8; p<0.01) and body mass index (r=0.7; p=0.01). Premenopausal women were continent during the pad test (0.4 g). CONCLUSIONS: the results of the one-hour pad test showed that all postmenopausal women exhibited stress urinary incontinence, including those without urine loss on effort. Urine loss was correlated with time since menopause and body mass index.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Índice de Masa Corporal , Pañales para la Incontinencia , Posmenopausia , Premenopausia , Incontinencia Urinaria de EsfuerzoRESUMEN
OBJETIVO: Analisar o risco cardiovascular de mulheres não obesas com síndrome dos ovários policísticos (SOP) por meio do índice LAP (lipid accumulation product). SUJEITOS E MÉTODOS: 283 pacientes (18-34 anos) alocadas do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, foram divididas em quatro grupos: 1) SOP magras (n = 35); 2) saudáveis magras (n = 162); 3) SOP com sobrepeso (n = 28); 4) saudáveis com sobrepeso (n = 58). RESULTADOS: Pacientes com SOP apresentaram valores superiores do índice LAP em comparação às saudáveis: magras (22,26 vs. 15,87 cm.mmol/L; p = 0,007); sobrepeso (40,83 vs. 26,32 cm.mmol/L; p = 0,001). O percentual de mulheres acima do percentil 75 do índice LAP também foi superior nos subgrupos com SOP: magras (17,1 vs. 6,8 por cento; p = 0,04); sobrepeso (37,5 vs. 13,8 por cento; p = 0,01). CONCLUSÕES: Na amostra estudada, as pacientes com SOP apresentaram maior risco cardiovascular avaliado pelo índice LAP, quando comparadas a mulheres saudáveis, mesmo na ausência de obesidade.
OBJECTIVE: To analyze the cardiovascular risk of non-obese women with polycystic ovary syndrome (PCOS) by the LAP index (lipid accumulation product). SUBJECTS AND METHODS: 283 patients (18-34 years) assigned at the University Hospital of the Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, were divided into four groups: 1) lean PCOS (n = 35); 2) healthy lean (n = 162); 3) overweight PCOS (n = 28); 4) healthy overweight (n = 58). RESULTS: Patients with PCOS showed higher values of the LAP index than healthy controls: lean (22.26 vs. 15.87 cm.mmol/L; p = 0.007); overweight (40.83 vs. 26.32 cm.mmol/L; p = 0.001). The percentage of women above the 75th percentile of the LAP index was also higher in the subgroups with PCOS: lean (17.1 vs. 6.8 percent; p = 0.04); overweight (37.5 vs. 13.8 percent; p = 0.01). CONCLUSIONS: In our sample, patients with PCOS showed higher cardiovascular risk assessed by the LAP index in relation to healthy women, even in the absence of obesity.
Asunto(s)
Adolescente , Adulto , Femenino , Humanos , Adulto Joven , Enfermedades Cardiovasculares/etiología , Obesidad/diagnóstico , Síndrome del Ovario Poliquístico/fisiopatología , Triglicéridos/sangre , Circunferencia de la Cintura/fisiología , Estudios de Casos y Controles , Estudios Transversales , Obesidad/epidemiología , Factores de Riesgo , Medición de Riesgo/métodos , Estadísticas no ParamétricasRESUMEN
FUNDAMENTO: A obesidade abdominal apresenta elevada prevalência em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e está associada a um aumento do risco cardiovascular. OBJETIVO: Verificar a acurácia da circunferência da cintura (CC), da relação cintura-quadril (RCQ), da relação cintura-estatura (RCEST) e do índice de conicidade (índice C), no que se refere à detecção de fatores de risco cardiovascular (FRCV) em mulheres com SOP. MÉTODOS: Por meio de estudo transversal, foram alocadas 102 mulheres (26,5 ± 5 anos) com diagnóstico de SOP, de acordo com o consenso de Rotterdam. O colesterol total (CT), os triglicerídeos (TG), o LDL-colesterol (LDL-C), o HDL-colesterol (HDL-C), a glicemia de jejum, a glicemia após teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e a pressão arterial (PA) foram avaliados em todas as pacientes, além das variáveis antropométricas. RESULTADOS: A relação cintura-estatura foi o marcador que apresentou correlações positivas significativas com o maior número de FRCV (PA, TG e glicemia após TOTG), destacando-se ainda a correlação negativa com HDL-C. Todos os marcadores antropométricos avaliados se correlacionaram positivamente com PA, enquanto CC e RCQ apresentaram correlação positiva também com TG. No tocante à acurácia para detecção de FRCV, os indicadores antropométricos considerados apresentaram taxas de sensibilidade superiores a 60 por cento, com destaque para a RCEST, que apresentou sensibilidade superior a 70 por cento. CONCLUSÃO: A RCEST demonstrou ser o indicador antropométrico com a melhor acurácia para a predição de FRCV. Nesse sentido, propõe-se a inclusão desse parâmetro de fácil mensuração na avaliação clínica para o rastreamento de mulheres com SOP e FRCV.
BACKGROUND: Women with polycystic ovary syndrome (PCOS) present a high prevalence of abdominal obesity, which is associated with an increased cardiovascular risk. OBJECTIVE: To verify the accuracy of the waist circumference (WC), waist-to-hip ratio (WHR), waist-to-height ratio (WHtR) and the conicity index (CI) in the detection of cardiovascular risk factors (CVRF) in women with PCOS. METHODS: The present transversal study allocated 102 women (26.5 ± 5 years) with a diagnosis of PCOS, according to the Rotterdam criteria. Total cholesterol (TC), triglycerides (TG), LDL-cholesterol (LDL-C), HDL-cholesterol (HDL-C), fasting glucose, glucose after the oral glucose tolerance test (OGTT) and blood pressure (BP) were evaluated in all patients, in addition to the anthropometric variables. RESULTS: The WHtR was the marker that presented significant positive correlations with the highest number of CVRF (BP, TG and post-OGTT glucose), whereas there was a negative correlation with HDL-C. All the evaluated anthropometric markers were positively correlated with BP, whereas WC and WHR also presented a positive correlation with TG. Regarding the accuracy for the detection of CVRF, the anthropometric markers presented a sensibility > 60 percent, especially the WHtR, which had a sensibility > 70 percent. CONCLUSION: The WHtR showed to be the most accurate anthropometric indicator for the prediction of CVRF. In this sense, we propose the inclusion of this easily-measured parameter in the clinical assessment for the screening of women with PCOS and CVRF.
Asunto(s)
Adulto , Femenino , Humanos , Adulto Joven , Enfermedades Cardiovasculares/diagnóstico , Obesidad Abdominal/diagnóstico , Síndrome del Ovario Poliquístico/complicaciones , Relación Cintura-Cadera/normas , Presión Sanguínea/fisiología , Estudios Transversales , Lípidos/sangre , Valor Predictivo de las Pruebas , Factores de Riesgo , Triglicéridos/sangre , Relación Cintura-Cadera/métodosRESUMEN
O uso da metformina, um agente hipoglicemiante oral que aumenta a sensibilidade à insulina, tem sido amplamente difundido entre os ginecologistas na abordagem da síndrome dos ovários policísticos (SOP). Enquanto muitos benefícios metabólicos, reprodutivos e clínicos têm sido relatados a partir de trials não randomizados, a observação detalhada dos resultados provenientes de estudos controlados se faz necessária. Nosso objetivo nessa revisão descritiva é aprimorar o conhecimento sobre o perfil de segurança do uso da metformina durante a gravidez, baseado em evidências clínicas publicadas na literatura. São analisados também outros aspectos, incluindo os efeitos da metformina sobre as taxas de aborto espontâneo no primeiro trimestre, teratogenicidade e desenvolvimento de pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, em mulheres com SOP. Os autores realizaram ampla revisão da literatura disponível sobre o assunto, utilizando a base de dados MEDLINE. Referências de artigos selecionados foram identificadas para relevantes citações adicionais. Os autores esperam assim contribuir para o uso mais criterioso da metformina na SOP, especialmente na situação particular das pacientes que engravidam durante o uso da droga, alertando que as evidências disponíveis apontam para a necessidade da realização de estudos controlados e randomizados, até que conclusões definitivas sobre o assunto possam ser tomadas.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Metformina , Síndrome del Ovario Poliquístico , EmbarazoRESUMEN
Objetivo: analisar a relaçäo entre a idade materna e a ocorrência de resultados perinatais adversos na populaçäo do Rio Grande do Norte. Métodos: foram analisados os registros oficiais de 57.088 nascidos vivos no Estado do Rio Grande do Norte no ano de 1997. Os dados foram obtidos do Sistema de Informaçäo sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde. A populaçäo estudada foi dividida em Grupos I, II e III, segundo a faixa etária materna: 10 a 19, 20 a 34 e 35 anos ou mais, respectivamente. As variáveis analisadas foram: duraçäo da gestaçäo, peso ao nascer e tipo de parto. A análise estatística foi realizada utilizando-se o teste X². Resultados: observamos uma maior incidência de parto pré-termo no Grupo I (4,3 por cento), em comparaçäo ao Grupo II (3,7 por cento) (p = 0,0028). A taxa de cesariana foi menor nos Grupos I e III, em comparaçäo ao Grupo II (p<0,0001). Evidenciamos freqüência significativamente maior de recém-nascidos de baixo peso nos Grupos I (8,4 por cento) e III (8,3 por cento), quando comparados ao Grupo II (6,5 por cento) (p<0,0001). Conclusöes: a gravidez nos extremos da vida reprodutiva esteve associada com maior freqüência de parto pré-termo e baixo peso ao nascer, entretanto, com relaçäo ao tipo de parto, foi observada maior freqüência de parto normal do que no grupo de gestantes com idade entre 20 e 34 anos