RESUMEN
O estudo das alteraçoes cromossômica nas leucemias mielóides agudas (LMA) vem-se tornando importante no diagnóstico e na caracterizaçao de subtipos, pois associam-se a características clínicas, morfológicas e imunológicas definidas à resposta a tratamento e à sobrevida. OBJETIVO. O presente trabalho objetiva avaliar a importância relativa das alteraçoes citogenética em portadores de LMA. MATERIAL. Foram estudados, ao diagnóstico, 13 pacientes com LMA e com idade mediana igual a 38 anos. O estudo citogenético foi realizado em material medular.RESULTADOS. Os subtipos FAB M1 e M2 foram o mais freqüentes (61,6 por cento). A análise citogenética mostrou cariótipo anormal em 61,5 por cento dos casos e, dentre estes, apenas 15,3 por cento tinham alteraçoes indicadoras de bom prognóstico [t(l5;17) e t(8;21)]. Na data de avaliaçao do estudo havia três pacientes vivos, dois em remissao completa contínua e um em segunda remissao. A sobrevida mediana global foi de 7 meses. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um intitulado "bom prognóstico", que englobou cinco indivíduos com cariótipo normal e dois com as translocaçoes t(l5;17) e t(8;21), e outro, "mau prognóstico", com oito pacientes com alteraçoes cromossômicas desfavoráveis. O grupo "bom prognóstico" teve sobrevida mediana de nove meses, enquanto outro, de 6,2 meses, mas sem diferença estatisticamente significante (p= 0,180084), provavelmente devido ao pequeno número de casos em cada grupo. Entretanto, ao se analisar os casos em separado nota-se que os pacientes com translocaçoes (8;21) e (15;17), tidas como de bom prognóstico, tiveram sobrevidas mais longas. CONCLUSAO. Concluímos que o trabalho evidenciou sobrevida desigual entre os dois grupos, ressaltando a importância da análise citogenética que permite distinguir o paciente que terá evoluçao favorável.