RESUMEN
ABSTRACT Background: Lactose tolerant test (LTT) is the most broadly used diagnostic test for lactose intolerance in Brazil, is an indirect, minimally invasive and a low-cost test that is widely available in primary care and useful in clinical practice. The C/T-13910 polymorphism in lactase persistence has been well characterized in Caucasian populations, but there are no studies evaluating the concordance between C/T-13910 polymorphism genotyping results and LTT results in Brazil, where the population is highly mixed. Objective: We aimed to evaluate agreement between presence of C/T-13910 polymorphism genotyping and malabsorption in LTT results. Methods: This is a retrospective analysis of a Brazilian population whose data were collected from a single laboratory database present in several Brazilian states. Results of individuals who underwent both genetic testing for lactose intolerance (C/T-13910 polymorphism genotyping) and an LTT from April 2016 until February 2019 were analysed to evaluate agreement between tests. Groups were classified according to age (<10-year-old (yo), 10-17 yo, ≥18 yo groups) and state of residence (São Paulo or Rio Grande do Sul). Results: Among the 404 patients evaluated, there was agreement between the genotyping and LTT results in 325 (80.4%) patients and discordance in 79 (19.6%) patients (k=0.42 -moderate agreement). Regarding the genotype, 47 patients with genotype C/C (lactase nonpersistence) had normal LTT results, and 32 with genotype C/T or T/T (indicating lactase persistence) had abnormal LTT results. Neither age nor state of residence (Rio Grande do Sul or São Paulo) affected the agreement between test results. Conclusion: Considering the moderate agreement between C/T-13910 polymorphism genotyping and LTT results (κ=0.42) in the Brazilian population, we hypothesize that an analysis of other polymorphisms could be a strategy to improve the agreement between genotyping and established tests and suggest that additional studies should focus on exploring this approach.
RESUMO Contexto: O teste de tolerancia à lactose (TTL) é ampliamente utilizado por ser minimamente invasivo e de baixo custo, disponível na atenção primária e muito útil na prática clínica. Está bem estabelecido o polimorfismo C/T-13910 na persistência da lactase em populações caucasianas, mas não há estudos avaliando a concordância entre os resultados da genotipagem do polimorfismo C/T-13910 e do TTL no Brasil, onde a população é altamente miscigenada. Objetivo: Avaliar a concordância entre a presença do polimorfismo C/T-13910 e a má absorção nos resultados do TTL. Métodos: Análise retrospectiva de dados coletados de um laboratorio presente em vários estados brasileiros. Os resultados dos pacientes que realizaram um teste genético para intolerância à lactose (genotipagem do polimorfismo C/T-13910) e um TTL de abril de 2016 a fevereiro de 2019 foram analisados para avaliar a concordância entre os testes. Os grupos foram classificados de acordo com a idade (<10 anos; 10-17 anos, ≥18 anos) e estado de residência (São Paulo ou Rio Grande do Sul). Resultados: Entre os 404 pacientes avaliados, houve concordância entre os resultados de genotipagem e TTL em 325 (80,4%) pacientes e discordância em 79 (19,6%) pacientes (K=0,42 - concordância moderada). Em relação ao genótipo, 47 pacientes com genótipo C/C (não persistência de lactase) apresentaram TTL normal e 32 com genótipo C/T ou T/T (indicando persistência da lactase) apresentaram TTL anormal. A idade e o estado de residência (Rio Grande do Sul ou São Paulo) não afetaram a concordância entre os resultados dos exames. Conclusão: Considerando a concordância moderada entre a genotipagem do polimorfismo C/T-13910 e os resultados de TTL (κ=0,42) na população brasileira, sugerimos que a análise de outros polimorfismos poderia ser uma estratégia para melhorar a concordância entre os testes.
RESUMEN
SUMMARY OBJECTIVE: The aim of this study was to assess the prevalence of functional constipation and its relationship with the food intake, overweight status, and physical activity of children. METHODS: This cross-sectional study included students from two public schools in the municipality of Osasco, which is located in the metropolitan area of São Paulo. Functional constipation was diagnosed if the clinical manifestations of the Rome IV criteria were present for more than 2 months. A 24-h recall survey was used to determine the daily food intake. Weight, height, abdominal circumference, and bioelectrical impedance were used to evaluate the weight status. Active commuting to school and physical activity scores were assessed using a questionnaire that has been validated in Brazil. RESULTS: A total of 452 children, aged 6-12 years, were evaluated. Functional constipation was observed in 22.3% of participants. A greater abdominal circumference was associated with functional constipation in girls (p=0.036) in the bivariate analysis but not in the logistic regression model. Boys with functional constipation consumed higher quantities of fats (p=0.041). There was no statistically significant relationship between functional constipation and overweight status (44.6 and 34.5% of children with and without constipation, respectively; p=0.083) and active commuting to school (48.5 and 56.7% of children with and without constipation, respectively; p=0.179). CONCLUSION: Functional constipation was associated with a greater abdominal circumference in girls in the bivariate analysis, however, without association in the logistic regression model. Boys with functional constipation consumed higher quantities of fat. No association was found between functional constipation, overweight status, and physical activity.
RESUMEN
ABSTRACT Background: The Fatigue Rate Index (FRI) is a parameter in anorectal manometry (ARM) to assess sustained voluntary contraction, considering the squeeze pressure and fatigability of the external anal sphincter. It is used in adults to detect fecal incontinence even in patients who present normal squeeze pressures. The FRI in adult patients with functional constipation is similar to controls. Objective: The aim of this study was to evaluate the feasibility and values of FRI in children in relation to the values previously established in adults and comparing children with functional constipation and retentive fecal incontinence to children without retentive fecal incontinence. Methods: This retrospective study evaluated 105 ARM performed from Jan 2014 to Apr 2015. 42 patients were selected (were able to perform a voluntary contraction and had no co-morbidities other than functional constipation). 14 (33.3%) of those collaborated in sustaining contraction for 40 seconds (s), allowing the evaluation of the FRI. Patients with retentive fecal incontinence secondary to functional constipation (n=7, aged 6 to 13 years, six boys) were our interest group. Patients with functional constipation without fecal incontinence (n=7, aged 6 to 13 years, four boys) were considered a reference group. The ARM were performed with a radial eight-channel perfusion catheter (DynamedTM, São Paulo, Brazil) and the FRI was calculated (Proctomaster 6.4) in the first 20 s and overall 40 s of sustained voluntary contraction. Results: 14 of the selected 42 collaborated in sustaining contraction for 40 s, allowing the evaluation of the FRI. In the first 20 s of contraction, the fecal incontinence group showed a significantly higher mean FRI (2.48±1.39 min) compared to the reference group (1.13±0.72 min, P=0.042), which was not observed in the 40 s interval due to less uniform contraction. The anal resting pressure was higher in the fecal incontinence group (76.83 mmHg) than in the reference group (54.13 mmHg), but the statistical study did not reach significance (P=0.051). Conclusion: The FRI is feasible in children. The mean FRI obtained in this study is lower than the reported in constipated adults. The mean FRI among children with functional constipation and retentive fecal incontinence is higher than among constipated children without retentive fecal incontinence.
RESUMO Contexto O índice de Taxa de Fadiga (ITF) é um parâmetro na manometria anorretal (MAR) que é utilizado para avaliar a contração voluntária sustentada, considerando a pressão máxima de contração e a fatigabilidade do esfíncter anal externo. Este parâmetro é utilizado em adultos para diagnóstico da incontinência fecal mesmo entre paciente que apresentem pressões máximas de contração normais. O ITF em pacientes adultos com constipação é similar a controles. Objetivo: Avaliar a factibilidade e os valores do ITF em crianças com constipação e incontinência fecal por retenção em relação aos valores previamente estabelecidos para adultos, e comparar os dados das crianças com constipação intestinal funcional com e sem incontinência fecal por retenção. Métodos Este estudo retrospectivo avaliou 105 MAR realizadas de janeiro de 2014 a abril de 2015. 42 pacientes foram selecionados (foram capazes de realizar uma contração voluntária e não apresentavam outras comorbidades além da constipação). 14 destes pacientes cooperaram em manter a contração voluntária por 40 segundos, permitindo a avaliação do ITF. Pacientes com incontinência fecal por retenção secundária a constipação (n=7, 6 a 13 anos, seis meninos) constituíram nosso grupo de interesse. Pacientes com constipação funcional sem incontinência fecal por retenção. (n=7, 6 a 13 anos, quatro meninos) constituíram o grupo de referência. As MAR foram realizadas com cateter de perfusão de oito canais radiais (DynamedTM, São Paulo, Brazil) e o ITF foi calculado (Proctomaster 6.4) nos primeiros 20 segundos e também nos 40 segundos totais da contração voluntária sustentada. Resultados: Dos 42 pacientes selecionados, 14 (33%) colaboraram mantendo o platô de contração uniforme durante 40 segundos, permitindo a avaliação do ITF nos primeiros 20 segundos de contração, o grupo com incontinência fecal apresentou uma média de ITF significativamente mais alta (2,48±1,39 min) em comparação ao grupo de referência (1,13±0,72 min, P=0,042), o que não foi observado no intervalo de 40 segundos devido a contração menos uniforme. A pressão anal de repouso foi mais elevada no grupo com incontinência fecal (76,83 mmHg) do que no grupo de referência (54,13 mmHg), porém o estudo estatístico não atingiu significância (P=0,051). Conclusão: O ITF é factível em crianças. A média do ITF obtida neste estudo é mais baixa do que o reportado em adultos constipados (2,8 min). A média do ITF entre crianças constipadas com incontinência fecal por retenção fui superior ao do que observado em crianças constipadas sem incontinência fecal retentiva.
RESUMEN
ABSTRACT Background: Early diagnosis of functional constipation is important for reducing its negative consequences on the health of children and adolescents. Objective: To describe the clinical spectrum of functional constipation and bowel habit patterns in schoolchildren recruited from two primary schools and patients from a pediatric gastroenterology outpatient clinic. Methods: This cross-sectional study included 452 students from two elementary schools in the city of Osasco and 81 patients with functional constipation seen in an outpatient clinic specializing in pediatric gastroenterology. All children were aged between 6 and 12 years. The Rome IV criteria (two features for more than 1 month) and the Bristol scale were used. Results: The prevalence of functional constipation among the elementary school students was 22.3% (n=101). Among the 351 students who did not have functional constipation, 182 (51.9%) had one of the clinical manifestations of the Rome IV criteria. Bristol stool scale types 1 and 2 were observed in 14 (8.3%) of the 169 students without any clinical manifestation of the Rome IV criteria and in 28 (15.4%) of the 182 students who presented one of the Rome IV criteria for functional constipation (P=0.060). A comparison of the clinical manifestations of children with functional constipation identified at school in relation to those seen at the specialized clinic showed the following differences: fewer than two bowel movements per week (21.8% and 54.3%; P<0.001, respectively), one or more episodes of fecal incontinence per week (14.8% and 53.1%; P<0.001), and retentive posturing (70.3% and 40.7%, P<0.001). Only 18 (17.8%) of the 101 students identified at the schools with functional constipation had received any treatment for this disease in the previous 2 months. Conclusion: As expected, the frequency of more severe clinical manifestations was higher in children seen at specialized clinics. Only a small proportion of the children identified with functional constipation at primary schools had undergone any form of treatment in the previous 2 months. More than half of the children without functional constipation in elementary schools reported one of the Rome IV clinical manifestations. Finally, functional constipation has a broad clinical spectrum and also requires attention for the prevention and the management of its early clinical manifestations.
RESUMO Contexto: Diagnóstico precoce da constipação intestinal funcional é importante para reduzir suas consequências negativas para a saúde da criança e do adolescente. Objetivo: Descrever o espectro clínico da constipação intestinal funcional e o hábito intestinal de crianças recrutadas em escola de primeiro grau e de pacientes atendidos em ambulatório especializado de gastroenterologia pediátrica. Métodos: Estudo observacional que avaliou 452 alunos de duas escolas públicas da cidade de Osasco e 81 pacientes atendidos em ambulatório especializado em gastroenterologia pediátrica com constipação intestinal funcional. Todas as crianças tinham idade entre 6 e 12 anos. Foram utilizados os critérios de Roma IV (duas manifestações clínicas por mais de 1 mês) e a escala de Bristol. Resultados: Na escola constatou-se que 22,3% (101) das crianças apresentavam constipação intestinal funcional. Dentre os 351 alunos que não apresentavam constipação intestinal funcional, verificou-se que 182 (51,9%) apresentavam uma das manifestações clínicas do critério de Roma IV. A comparação das características clínicas das crianças com constipação intestinal funcional identificadas na escola (n=101) em relação aos pacientes atendidos no ambulatório especializado (n=81) evidenciou, respectivamente, as seguintes diferenças: menos de duas evacuações por semana (21,8% e 54,3%; P<0,001); um ou mais episódios de incontinência fecal por semana (14,8% e 53,1%; P<0,001) e comportamento de retenção (70,3% e 40,7%, P<0,001). Apenas 18 (17,8%) dos 101 alunos identificados na escola com constipação intestinal funcional havia realizado algum tratamento para esta doença nos últimos dois meses. Conclusão Conforme esperado, a frequência de manifestações clínicas mais graves foi maior nas crianças atendidas no ambulatório de gastroenterologia pediátrica. Apenas uma pequena parcela das crianças com constipação intestinal funcional identificadas nas escolas recebeu algum tratamento nos últimos dois meses. Mais da metade das crianças sem constipação intestinal funcional da escola apresentava pelo menos uma das manifestações do critério de Roma IV. Para finalizar, constipação intestinal funcional apresenta um amplo espectro clínico que também requer atenção para a sua prevenção e controle de suas manifestações clínicas precoces.
RESUMEN
OBJECTIVES: To evaluate the prevalence of voluntary dehydration based on urine osmolarity in elementary school students from two public educational institutions in the metropolitan region of São Paulo and evaluate whether there is a relationship between voluntary dehydration and nutritional status or socioeconomic status. METHODS: Analytical cross-sectional study with students from two public schools in the city of Osasco. The determination of urine osmolarity was performed using the freezing method of the Advanced® Osmometer Model 3W2. Urine osmolarity greater than 800 mOsm/kg H2O was considered voluntary dehydration. During data collection, the weights and heights of the students, environmental temperatures and air humidity levels were obtained. RESULTS: A total of 475 students aged six to 12 years were evaluated, of whom 188 were male. Voluntary dehydration occurred in 63.2% of the students and was more frequent in males than in females. The prevalence of voluntary dehydration was more frequent in males aged six to nine years than in females. However, no statistically significant difference was observed between males and females aged 10 to 12 years. No association was found between voluntary dehydration and nutritional status or socioeconomic status. CONCLUSION: The prevalence of voluntary dehydration was high in elementary school students and was more frequent in males. No association was found between voluntary dehydration and nutritional or socioeconomic status.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Concentración Osmolar , Estudiantes/estadística & datos numéricos , Orina/química , Deshidratación/epidemiología , Factores Socioeconómicos , Temperatura , Orina/fisiología , Brasil/epidemiología , Estado Nutricional , Prevalencia , Estudios Transversales , Deshidratación/fisiopatología , HumedadRESUMEN
Abstract Objective: To analyze the fecal microbiota composition of children living in an urban slum in Brazil, with or without small intestinal bacterial overgrowth, and to investigate the occurrence of stunting and anemia. Methods: A total of 100 children were studied, aged 5-11 years, from the municipality of Osasco, São Paulo. Small intestinal bacterial overgrowth was screened through hydrogen and methane breath test with lactulose. Weight and height were measured, and the height-for-age and body mass-for-age anthropometric indexes were calculated. The occurrence of anemia was investigated by capillary hemoglobin. Analysis of bacterial phylum, genus, and species was performed by real-time polymerase chain reaction in fecal samples. Results: Small intestinal bacterial overgrowth was identified in 61.0% of the children. A lower mean of height-for-age Z-score ([−0.48 ± 0.90] vs. [−0.11 ± 0.97]; p = 0.027), as well as capillary hemoglobin ([12.61 ± 1.03 g/dL] vs. [13.44 ± 1.19 g/dL]; p < 0.001) was demonstrated in children with SIBO when compared with children without small intestinal bacterial overgrowth. Children with small intestinal bacterial overgrowth presented a higher frequency of Salmonella spp., when compared to those without small intestinal bacterial overgrowth (37.7% vs. 10.3%; p = 0.002). Higher counts of total Eubacteria (p = 0.014) and Firmicutes (p = 0.038) were observed in children without small intestinal bacterial overgrowth; however, a higher count of Salmonella (p = 0.002) was found in children with small intestinal bacterial overgrowth. Conclusion: Children who lived in a slum and were diagnosed with small intestinal bacterial overgrowth showed lower H/A Z-scores and hemoglobin levels. Furthermore, differences were observed in the fecal microbiota of children with small intestinal bacterial overgrowth, when compared to those without it; specifically, a higher frequency and count of Salmonella, and lower counts of Firmicutes and total Eubacteria.
Resumo Objetivo: Analisar a composição da microbiota fecal de crianças moradoras de uma favela urbana no Brasil, com e sem sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado, e investigar a ocorrência de déficit de crescimento e anemia. Métodos: Foram estudadas 100 crianças, com idade entre 5 e 11 anos, na cidade de Osasco, São Paulo. Sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado foi pesquisado por teste respiratório do hidrogênio e metano no ar expirado com lactulose. Foram mensurados peso, estatura e calculados os índices antropométricos estatura para idade e índice de massa corporal para idade. Foi investigada a ocorrência de anemia, pela avaliação da hemoglobina capilar. A análise dos filos, gêneros e espécies bacterianas em amostras de fezes foi realizada por polymerase chain reaction em tempo real. Resultados: Sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado foi diagnosticado em 61,0% das crianças avaliadas. Foi verificada menor média do escore Z do índice estatura para idade (-0,48±0,90 vs.-0,11±0,97 DP) e de hemoglobina capilar (12,61±1,03 vs. 13,44±1,19 g/dL) no grupo de crianças com sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado, quando comparadas àquelas sem sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado (p < 0,05). Nas crianças com sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado foi observada maior frequência de Salmonella spp., quando comparadas àquelas sem sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado (37,7% vs. 10,3%; p = 0,002). Maior contagem de Eubactérias totais (p = 0,014) e Firmicutes (p = 0,038) foi observada nas crianças sem sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado, enquanto que as crianças com sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado apresentaram maior contagem de Salmonella (p = 0,002). Conclusão: Nas crianças com diagnóstico de sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado verificaram-se menores valores de estatura para idade e de hemoglobina. Foram constatadas diferenças na microbiota fecal das crianças com sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado, especificamente, maior frequência e contagem de Salmonella spp. e menores contagens de Firmicutes e Eubactérias totais.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Preescolar , Niño , Síndrome del Asa Ciega/microbiología , Trastornos del Crecimiento/microbiología , Anemia/microbiología , Intestino Delgado/microbiología , Población Urbana , Síndrome del Asa Ciega/complicaciones , Síndrome del Asa Ciega/diagnóstico , Pruebas Respiratorias , Áreas de Pobreza , Estudios Transversales , Estudios de Cohortes , Heces , Reacción en Cadena en Tiempo Real de la PolimerasaRESUMEN
Abstract Objective: To study the evidence on the role of water and fluid intake in the prevention and treatment of functional intestinal constipation in children and adolescents. Source of data: A search was carried out in the Medline database (between 1966 and 2016) for all published articles containing the following words: constipation, water, and fluids, published in Portuguese, English, and Spanish. All original articles that assessed children and adolescents were selected by title and abstract. The references of these articles were also evaluated. Synthesis of data: A total of 1040 articles were retrieved. Of these, 24 were selected for reading. The study included 11 articles that assessed children and adolescents. The articles were divided into two categories, those that evaluated water and fluid intake as a risk factor for intestinal constipation and those that evaluated their role in the treatment of intestinal constipation. Five articles were included in the first category. The criteria for assessing fluid intake and bowel rhythm were different in each study. Three studies demonstrated an association between low fluid intake and intestinal constipation. Regarding treatment, five articles with heterogeneous methodologies were found. None of them clearly identified the favorable role of fluid intake in the treatment of intestinal constipation. Conclusion: There are few articles on the association between fluid intake and intestinal constipation. Epidemiological evidence indicates an association between lower fluid intake and intestinal constipation. Further clinical trials and epidemiological studies that consider the international recommendations for fluid intake by children and adolescents are required.
Resumo Objetivo: Estudar as evidências sobre o papel do consumo de água e líquidos na prevenção e no tratamento da constipação intestinal funcional em crianças e adolescentes. Fontes de dados: Foram pesquisados na base de dados do Medline (entre 1966 e 2016) todos os artigos publicados com as seguintes palavras: constipação, água e líquidos, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram selecionados, pelo título e resumo, todos os artigos originais com crianças e adolescentes. As referências desses artigos também foram avaliadas. Síntese de dados: Foram encontrados 1.040 artigos. Desses, 24 foram selecionados para leitura. Foram incluídos 11 artigos que estudaram crianças e adolescentes. Os artigos foram distribuídos em duas categorias, os que avaliaram o consumo de água e líquidos como fator de risco para constipação intestinal e os que avaliaram o seu papel na terapêutica da constipação intestinal. Cinco artigos se enquadraram na primeira categoria. Os critérios para avaliar consumo de líquidos e ritmo intestinal foram diferentes em cada estudo. Três estudos demonstraram relação entre baixo consumo de líquidos e constipação intestinal. Quanto ao tratamento, foram encontrados cinco artigos com metodologias heterogêneas. Em nenhum deles foi possível identificar com clareza o papel favorável do consumo de líquidos no tratamento da constipação intestinal. Conclusão: Existem poucos artigos sobre a relação entre consumo de líquidos e constipação intestinal. Evidências epidemiológicas indicam associação entre menor consumo de líquidos com constipação intestinal. São necessários outros ensaios clínicos e estudos epidemiológicos que levem em consideração as recomendações internacionais para consumo de líquidos por crianças e adolescentes.
Asunto(s)
Humanos , Niño , Adolescente , Bebidas , Agua/administración & dosificación , Estreñimiento/terapia , Ingestión de Líquidos , Fluidoterapia , Factores de Riesgo , Estreñimiento/prevención & controlRESUMEN
OBJETIVOS: Comparar três escores radiológicos na pesquisa de impactação fecal em crianças com constipação intestinal. Verificar, ainda, se estes escores radiológicos são úteis na avaliação da terapia de desimpactação fecal e se apresentam relação com o tempo de trânsito colônico total. MATERIAL E MÉTODOS: Os escores de Barr, Blethyn e Leech foram aferidos por três observadores, de forma independente, em 123 radiografias de abdome. A concordância interobservador no diagnóstico da impactação fecal foi calculada para os três escores. Em 30 radiografias, foi feita a análise dos escores antes e após a desimpactação fecal. O tempo de trânsito colônico total foi calculado em 59 radiografias com o emprego de marcadores radiopacos. RESULTADOS: A concordância entre os pares de observadores, avaliada pelo coeficiente de Kappa, foi boa para os escores de Barr (0,56, 0,59 e 0,69) e Leech (0,53, 0,58 e 0,61). O escore de Blethyn apresentou menores coeficientes de Kappa (0,26, 0,32 e 0,36). Na comparação dos métodos, Leech e Barr mostraram boa correlação. Após a desimpactação fecal, houve redução estatisticamente significante (p < 0,001) dos escores, mais expressiva com o escore de Barr. Não houve relação entre os escores radiológicos e o tempo de trânsito colônico. CONCLUSÕES: Não há relação entre impactação fecal avaliada pela radiografia de abdome e o tempo de trânsito colônico total. A radiografia simples pode ser um instrumento útil ao diagnóstico da impactação fecal. O escore de Barr pode ser considerado um bom método de análise, sobretudo para avaliação da resposta ao tratamento da impactação fecal.
OBJECTIVES: To compare three radiological scores in the study of fecal impaction in children with constipation. To investigate whether these radiological scores are useful in the assessment of fecal disimpaction therapy and if they present a relation with total colonic transit time. METHODS: The Barr, Blethyn and Leech scores were measured by three observers, independently, in 123 abdominal radiographs. Interobserver agreement in the diagnosis of fecal impaction was calculated for the three scores. In 30 radiographs, the analysis of the scores was performed before and after fecal disimpaction. Total colonic transit time was calculated in 59 radiographs with the use of radiopaque markers. RESULTS: The agreement between pairs of observers was assessed by the kappa coefficient and was good for the Barr (0.56, 0.59 and 0.69) and Leech scores (0.53, 0.58 and 0.61). The Blethyn score presented lower kappa coefficients (0.26, 0.32 and 0.36). In the comparison of methods, Leech and Barr showed a good correlation. After fecal disimpaction, there was a statistically significant reduction (p < 0.001) of scores, most significantly with the Barr score. There was no relation between radiographic scores and colonic transit time. CONCLUSIONS: There is no relation between fecal impaction assessed by radiography of the abdomen and total colonic transit time. Plain radiographs may be a useful tool for the diagnosis of fecal impaction. The Barr score can be considered a good method of analysis, especially to assess the response to treatment of fecal impaction.
Asunto(s)
Niño , Femenino , Humanos , Estreñimiento , Impactación Fecal , Tránsito Gastrointestinal , Colon , Estreñimiento/fisiopatología , Defecografía , Impactación Fecal/fisiopatología , Impactación Fecal/terapia , Variaciones Dependientes del Observador , Radiografía Abdominal/métodosRESUMEN
OBJETIVO:Avaliar a prevalência de parasitoses intestinais, correlacionando-as com os fatores socioeconômicos e ambientais, peso, estatura e hemoglobina, em crianças de dois estratos socioeconômicos, no município de Osasco (SP). MÉTODOS: Estudo transversal, comparando 84 crianças de seis a dez anos, residentes em área sem saneamento básico e moradia precária, com 35 crianças de escola particular no mesmo município, que possuíam boas condições socioeconômicas e de moradia. Excluíram-se aquelas com diarreia há menos de 30 dias ou doença grave. Utilizou-se questionário padronizado para avaliar as condições socioambientais. A avaliação nutricional foi realizada mediante escores Z de peso para idade, estatura para idade e índice de massa corpórea. A determinação da hemoglobina em amostra de sangue capilar foi realizada pelo método Hemocue® e a pesquisa de parasitas intestinais, pelos métodos de Hoffman, Ritchie, Kinyoun e swab anal. RESULTADOS: Parasitose intestinal ocorreu em 60,7 por cento das crianças da favela e em 5,9 por cento das crianças da escola particular (p<0,001; OR 24,7). A média dos escores Z de peso para idade, estatura para idade e índice de massa corpórea foi menor nas crianças parasitadas (-0,78±0,84; +0,50±0,90; -0,76±0,96) em relação àquelas não parasitadas (-0,18±1,18; +0,03±1,10; -0,28±1,16), sendo as diferenças estatisticamente significantes (p<0,05). Não houve diferença nos valores médios de hemoglobina entre as crianças parasitadas e não parasitadas do grupo da favela (12,6±1,1g/dL e 12,8±1,2g/dL); p=0,58. CONCLUSÕES: A parasitose intestinal foi mais prevalente em crianças da favela e se associou a menores índices de peso e de estatura.
OBJECTIVE:To evaluate the association between the prevalence of intestinal parasitosis with socioeconomic and environmental factors, as well as with weight, height and hemoglobin levels in two different socioeconomic groups of children in Osasco (SP), Brazil. METHODS: This cross-sectional study compared 84 children aged from six to ten years old from a slum area without proper sanitation and poor housing with 35 children attending private school with good socioeconomic level and housing conditions in the same city. Children with diarrhea for less than 30 days or severe illness were excluded. A standard questionnaire was applied for assessing social and environmental conditions. The nutritional assessment was done by Z scores for weight for age, height for age and body mass index. Capillary blood hemoglobin determination was done by HemoCue® method and intestinal parasitosis examination was performed by the Hoffman, Ritchie, Kinyoun and anal swab methods. RESULTS: Intestinal parasitosis occurred in 60.7 percent of children from the slum and in 5.9 percent of children from private schools (p<0.001; OR 24.7). The average Z scores of weight for age, height for age and body mass index were lower in infected children (-0.78±0.84; +0.50±0.90; -0.76±0.96) compared to non infected children (-0.18±1.18; +0.03±1.10; -0.28±1.16) with statistical differences (p<0.05). There was no difference in average hemoglobin levels between infected and non infected children by intestinal parasitosis in the slum group (12.6±1.1g/dL and 12.8±1.2g/dL); p=0.58. CONCLUSIONS: Intestinal parasitosis were more prevalent among children from the slum and were associated with lower weight and height.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Anemia , Enfermedades Parasitarias/epidemiología , Nutrición del Niño , Antropometría , Factores SocioeconómicosRESUMEN
OBJETIVO: Avaliar a influência da mãe ou da cuidadora sobre o consumo de fibra alimentar por crianças e adolescentes com constipação crônica bem como sua relação com a ocorrência de excesso de peso. MÉTODOS: Estudo transversal com 38 crianças e adolescentes com constipação funcional e suas respectivas cuidadoras. Para análise do consumo de fibra alimentar, foi utilizado o registro alimentar de três dias. Peso e estatura foram aferidos para verificar o estado nutricional. A história familiar de constipação foi investigada. RESULTADOS: A maioria dos pacientes com constipação (89,5 por cento; 34/38) apresentava consumo insuficiente de fibra (inferior à idade +5g). Das 38 cuidadoras, apenas uma (2,6 por cento) apresentou ingestão de fibra superior à recomendação mínima (20g/dia). Excesso de peso foi encontrado em 28,9 por cento (11/38) dos pacientes e em 60,5 por cento (23/38) das suas responsáveis. Associação entre excesso de peso e presença de constipação foi verificada entre as cuidadoras (p=0,046). As crianças e adolescentes do sexo feminino com excesso de peso apresentaram menor ingestão de fibra, comparadas às sem excesso de peso (p=0,011). Nos pacientes do sexo masculino, essa associação não foi observada. O consumo de fibra pelas cuidadoras com excesso de peso foi inferior ao das demais (p=0,027). Observou-se correlação entre consumo de fibra pelas crianças com constipação e suas cuidadoras, nos sexos masculino (r=+0,561; p=0,005) e feminino (r=+0,782; p<0,001). CONCLUSÕES: Observou-se relação entre o consumo de fibra alimentar por crianças e adolescentes com constipação crônica e suas respectivas cuidadoras. O consumo insuficiente de fibra associou-se ao excesso de peso e à presença de constipação no gênero feminino.
OBJECTIVE: To evaluate the influence of the mother or caretaker on the consumption of dietary fiber by children and adolescents with chronic constipation and its relationship with the occurrence of overweight. METHODS: This cross-sectional study enrolled 38 children and adolescents with functional constipation and their respective caretakers. A three-day food register was used for the analysis of the dietary fiber consumption. Weight and height were measured to verify the nutritional status. Familiar history of constipation was investigated. RESULTS: Most patients with constipation (89.5 percent; 34/38) presented insufficient fiber consumption (less than age+5g). Out of 38, only 1 (2.6 percent) caretaker presented fiber ingestion greater than the minimum recommendation (20g/day). Overweight was found in 11/38 (28.9 percent) patients and 23/38 (60.5 percent) caretakers. An association between overweight and the presence of constipation was verified among caretakers (p=0.046). For female children and adolescents there was an association between overweight and lower fiber ingestion (p=0.011). This association was not observed for male patients. The consumption of fiber by caretakers with overweight was lower than those without overweight (p=0.027). There was correlation between the consumption of fiber in constipated children and their caretakers for male (r=+0.561; p=0.005) and female patients (r=+0.782; p<0.001). CONCLUSIONS: There was a relationship between the consumption of dietary fiber by children and adolescents with chronic constipation and their caretakers. In females, the insufficient consumption of fiber was associated with overweight and with the presence of constipation.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Preescolar , Niño , Adolescente , Estreñimiento , Fibras de la Dieta/uso terapéutico , Relaciones Madre-Hijo , Sobrepeso , Ingestión de Alimentos , CuidadoresRESUMEN
OBJETIVO: Avaliar o efeito do tratamento convencional da constipação crônica funcional no tempo de trânsito colônico total e segmentar e no tempo de trânsito orocecal. MÉTODOS: Foram incluídos 34 pacientes com constipação funcional atendidos consecutivamente em ambulatório especializado. O tempo de trânsito colônico total e segmentar foi avaliado com marcadores radiopacos. O tempo de trânsito orocecal da lactulose e do feijão foi avaliado com teste do hidrogênio no ar expirado. O tratamento constou de desimpactação, orientações gerais e de consumo de dieta rica em fibra alimentar e administração de óleo mineral. RESULTADOS: Na admissão, dismotilidade colônica foi encontrada em 71,9 por cento (23/32) dos pacientes. Todos os pacientes que realizaram corretamente o tratamento apresentaram melhora clínica na sexta semana do tratamento quando 82,6 por cento (19/23) daqueles com dismotilidade na admissão apresentaram normalização ou diminuição da gravidade no padrão de trânsito colônico. Observou-se redução do tempo de trânsito (medianas) entre a admissão e a oitava semana de tratamento: trânsito orocecal da lactulose (de 70 para 50 minutos, p = 0,002), orocecal do feijão (de 240 para 220 minutos, p = 0,002) e colônico total (de 69,5 para 37,0 horas, p = 0,001). A necessidade de uso de óleo mineral para controle da constipação aos 12 meses de tratamento associou-se com persistência de trânsito colônico total superior a 62 horas na oitava semana de tratamento (p = 0,014). CONCLUSÃO: O programa terapêutico convencional proporcionou bons resultados independentemente da presença ou não de dismotilidade colônica na admissão ao estudo. As anormalidades da motilidade digestiva na constipação funcional da criança podem apresentar reversibilidade e ser de natureza secundária.
OBJECTIVE: To evaluate the effects of conventional treatment of chronic functional constipation on total and segmental colonic transit times and on orocecal transit time. METHODS: A total of 34 consecutive patients with functional constipation attending a specialized outpatient clinic were included in the study. Total and segmental colonic transit times were assessed using radiopaque markers. Hydrogen breath test was used to evaluate lactulose and bean orocecal transit times. Treatment consisted of disimpaction, general and dietary fiber intake instruction, and mineral oil administration. RESULTS: At admission, colonic dysmotility was found in 71.9 percent (23/32) of patients. All patients who complied with the treatment showed improvement of clinical symptoms after 6 weeks of treatment, when 82.6 percent (19/23) of those with dysmotility at admission returned to normal or reduced the severity of colonic transit patterns. Transit time decreased (medians) between admission and eighth week of treatment: lactulose orocecal transit (from 70 to 50 minutes, p = 0.002), bean orocecal transit (from 240 to 220 minutes, p = 0.002), and total colonic transit (from 69.5 to 37.0 hours, p = 0.001). The need for mineral oil therapy for constipation after a 12-month treatment was associated with persistence of total colonic transit higher than 62 hours at the eighth week of treatment (p = 0.014). CONCLUSION: The conventional therapeutic approach yielded good results regardless of the presence or not of colonic dysmotility at inclusion in the study. Digestive tract motility abnormalities in functionally constipated children may be reversed, and may be secondary to constipation.
Asunto(s)
Adolescente , Niño , Preescolar , Femenino , Humanos , Masculino , Estreñimiento/terapia , Tránsito Gastrointestinal/fisiología , Enfermedad Crónica , Defecografía/métodos , Fibras de la Dieta/uso terapéutico , Fabaceae/metabolismo , Motilidad Gastrointestinal/efectos de los fármacos , Motilidad Gastrointestinal/fisiología , Tránsito Gastrointestinal/efectos de los fármacos , Lactulosa/metabolismo , Aceite Mineral/uso terapéutico , Estudios Prospectivos , Estadísticas no Paramétricas , Factores de TiempoRESUMEN
OBJETIVO: Determinar o número de colônias de lactobacilos e bifidobactérias nas fezes de crianças escolares, pertencentes a dois estratos socioeconômicos. MÉTODOS: Foram analisadas amostras de fezes de crianças com idade entre 6 e 10 anos sem sintomas gastrointestinais ou uso recente de antimicrobianos. O primeiro grupo foi constituído por 86 crianças, moradoras em uma favela localizada no município de Osasco (SP). O segundo grupo foi constituído por 36 crianças matriculadas em uma escola particular da mesma cidade. O estado nutricional foi avaliado usando o índice de massa corporal (IMC) de acordo com os valores de referência do National Center for Health Statistics (NCHS). O isolamento das colônias foi realizado em meios de cultura específicos em anaerobiose, durante 48 e 72 horas a 37 °C. A determinação do número foi feita pelo método da contagem em placa. RESULTADOS: A mediana de lactobacilos (1,125 x 10(9) unidades formadoras de colônia, UFC/g) e bifidobactérias (1,675 x 10(9) UFC/g) na escola particular foi superior (p < 0,001) ao do grupo da favela: 0,250 x 10(9) e 0,350 x 10(9) UFC/g, respectivamente. No grupo da favela, crianças com escore z de IMC < -1,0 desvio padrão (n = 28) apresentaram menor mediana (p < 0,05) de lactobacilos (0,100 x 10(9) UFC/g) e bifidobactérias (0,095 x 10(9) UFC/g) em relação às crianças com IMC > -1,0 desvio padrão (n = 57): 0,350 x 10(9) e 0,420 x 10(9) UFC/g, respectivamente. CONCLUSÃO: A microbiota de crianças escolares que moram em condições ambientais desfavoráveis apresenta menor número de colônias de lactobacilos e bifidobactérias nas fezes, especialmente naquelas com menores valores do IMC.
OBJECTIVE: To determine the number of lactobacillus and bifidobacterium colonies in the feces of schoolchildren from two different socioeconomic levels. METHODS: We analyzed fecal samples of children aged 6 to 10 years without gastrointestinal symptoms or recent use of antimicrobials. The first group included 86 children living in a favela in the city of Osasco, state of São Paulo, southeastern Brazil. The second group included 36 children attending a private school in the same city. Body mass index (BMI) was used to assess nutritional status according to the reference values of the National Center for Health Statistics (NCHS). Specific anaerobic culture media were used for isolation of colonies for 48 and 72 hours at 37 °C. The number of colonies was determined using the plate-counting method. RESULTS: The mean lactobacillus (1.125 x 10(9) colony-forming units, CFU/g) and bifidobacterium (1.675 x 10(9) CFU/g) counts in the private school group were higher (p < 0.001) than those in the favela group: 0.250 x 10(9) and 0.350 x 10(9) CFU/g, respectively. In the favela group, children with BMI z score < -1.0 standard deviation (SD) (n = 28) showed lower mean (p < 0.05) lactobacillus (0.100 x 10(9) CFU/g) and bifidobacterium (0.095 x 10(9) CFU/g) counts than the children with BMI > -1.0 SD (n = 57): 0.350 x 10(9) and 0.420 x 10(9) CFU/g, respectively. CONCLUSION: The microbiota of schoolchildren living in unfavorable environmental conditions shows lower numbers of fecal lactobacillus and bifidobacterium colonies, especially in children with lower BMI values.
Asunto(s)
Niño , Femenino , Humanos , Masculino , Bifidobacterium/aislamiento & purificación , Heces/microbiología , Lactobacillus/aislamiento & purificación , Clase Social , Índice de Masa Corporal , Tamaño Corporal , Brasil , Distribución de Chi-Cuadrado , Recuento de Colonia Microbiana , Estudios Transversales , Escherichia coli/aislamiento & purificación , Áreas de Pobreza , Sector Privado , Instituciones AcadémicasRESUMEN
Os autores destacam a importância da constipação intestinal, por sua alta incidência e tendência à cronificação, apresentando inicialmente sua conceituação e, a seguir, a definição dos distúrbios funcionais da defecação, os fatores etiológicos, apresentação clínica, diagnóstico diferencial e tratamento.Citam, igualmente, o papel da manometria anorretal na investigação do doença de Hirschsprung e a relação entre constipação e alergia ao leite de vaca. Finalmente, analisam as inter-relações entre constipação, prebióticos e probióticos.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Recién Nacido , Lactante , Preescolar , Niño , Adolescente , Estreñimiento/diagnóstico , Estreñimiento/etiología , Estreñimiento/terapia , Enfermedad de Hirschsprung/diagnóstico , Enfermedad de Hirschsprung/terapia , Anomalías del Sistema Digestivo/diagnóstico , Anomalías del Sistema Digestivo/terapiaRESUMEN
OBJETIVO: Analisar o significado das práticas alimentares compreendendo as percepções, experiências e valores sobre a alimentação de mães de crianças e adolescentes com diagnóstico de constipação crônica funcional. MÉTODOS: 17 mães foram entrevistadas com base em um questionário semidirigido, que compreendia questões relacionadas à alimentação. Para análise, as falas foram agrupadas nos temas: "ambiente familiar durante as refeições", "dificuldades relacionadas à alimentação da criança e do adolescente", "atitudes das mães frente à recusa de alimentos" e "conhecimentos maternos sobre alimentação e sua relação com a constipação crônica funcional". RESULTADOS: A idade das mães variou de 20 a 35 anos. A maioria era casada, possuía ensino fundamental incompleto e renda familiar entre dois e três salários mínimos. Observou-se, no relato das mães, que: muitas não consideram o momento das refeições em família agradável; a limitação financeira é a maior dificuldade relacionada à alimentação dos filhos; a maioria delas, frente à recusa alimentar, adota estratégias para convencer a criança a aceitar a refeição; demonstram ter noção da importância da alimentação para melhora da constipação; creem que alguns alimentos têm efeito "obstipante". CONCLUSÕES: Mães de crianças com constipação intestinal crônica sabem que a alimentação é importante no tratamento dessa afecção e, no entanto, apenas uma parcela reconhece o papel das fibras alimentares. A refeição não é um momento prazeroso e o fator financeiro é limitante para definir os alimentos que compõem a dieta dessas crianças.
OBJECTIVE: Analyze the meaning of feeding habits according to the perceptions, experiences and values of mothers whose children and teenagers present functional chronic constipation. METHODS: 17 mothers were interviewed based on a semi-conducted questionnaire about feeding habits. The answers were gathered as following: family environment during meals, difficulties related to the eating habits of the teenager/child, the mothers' attitude regarding food rejection and mothers' knowledge about feeding and its relation to functional chronic constipation. RESULTS: The age of the mothers varied from 20 to 30 years, they had not finished high school and had an income of two to three minimum wages. The following problems aroused from their answers: most of them did not consider sharing meals with their families a pleasant time; financial constrains are the biggest obstacle to feed their children; when their children refuse to eat, most of them adopt strategies to convince them to eat; mothers do have some knowledge about the importance of the intake of different kinds of food to improve their children condition; they believe that certain kinds of food contribute to constipation. CONCLUSIONS: Despite knowing that the diet is important to the treatment of constipation, just a few mothers acknowledge the importance of dietary fiber. Meals are not a pleasant time for the families and financial problems limit the choice of proper food for these children.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Dieta , Estreñimiento/dietoterapia , Niño , Madres , Encuestas y CuestionariosRESUMEN
RACIONAL: Não existem estudos avaliando as características clínicas de constipação de acordo com os grupos etários pediátricos. OBJETIVO: Avaliar as características da constipação crônica de acordo com o grupo etário. MÉTODOS: Estudo retrospectivo para avaliar informações demográficas e características clínicas de pacientes pediátricos atendidos em ambulatório especializado entre maio de 1995 e dezembro de 2002. Os dados obtidos foram analisados de acordo com o grupo etário (lactentes, pré-escolares, escolares e adolescentes). RESULTADOS: Foram estudados 561 pacientes, predominando o grupo etário de pré-escolares (42,9 por cento), seguido de escolares (26,9 por cento), lactentes (19,1 por cento) e adolescentes (11,0 por cento). Não se observou diferença estatisticamente significante entre os gêneros nas quatro faixas etárias. Menos que três evacuações por semana foi observado em maior percentual nos pré-escolares (65,8 por cento) e escolares (59,6 por cento) do que nos lactentes (52,4 por cento) e adolescentes (43,1 por cento). Escape fecal foi observado em 75,6 por cento dos pré-escolares com idade maior do que 48 meses, 68,2 por cento dos escolares e 76,7 por cento dos adolescentes. Maior freqüência de escape fecal no gênero masculino (80,7 por cento) do que no feminino (50,0 por cento) foi observada apenas no grupo etário de escolares. Comportamento de retenção (67,6 por cento, 40,7 por cento, 27,2 por cento), medo de defecar (70,2 por cento, 44,2 por cento, 29,7 por cento) e dor abdominal (80,8 por cento, 69,6 por cento, 73,6 por cento) foram observados, respectivamente, com maior freqüência nos pré-escolares do que nos escolares e adolescentes. CONCLUSÃO: Observaram-se diferenças nas características clínicas de pacientes com constipação crônica segundo o grupo etário, no entanto, em todas as faixas etárias observou-se duração prolongada da queixa de constipação e elevada freqüência de complicações como dor abdominal e escape fecal.
BACKGROUND: There was no study evaluating clinical characteristics of constipation according pediatric age groups. AIM: To evaluate the clinical characteristics of patients with chronic constipation according to age group. METHODS: This retrospective study evaluated the demographic data and clinical characteristics of pediatric patients with chronic constipation who had been admitted to an outpatient clinic between May 1995 and December 2000. Data was analyzed according to the followings age groups: infants, pre-school, school age and adolescent. RESULTS: Five hundred and sixty one patients were included in the study. The percentage of patients according to age groups were: infants (19.1 percent), pre-school (42.9 percent), school age (26.9 percent), and adolescents (11.0 percent). There was no statistical gender difference among the four age groups. Less than three bowel movements per week were observed more frequently in pre-school (65.8 percent) and school age (59.6 percent) than in infants (52.4 percent) and adolescents (43.1 percent). Fecal escape ("soiling") was found in 75.6 percent of the pre-school patients aged more than 48 months, in 68.2 percent of the school age and in 76.7 percent of the adolescents. Soiling was more frequent in boys (80.7 percent) than in girls (50.0 percent) only in school age children. Retentive posture (67.6 percent, 40.7 percent, 27.2 percent), fear for defecation (70.2 percent, 44.2 percent, 29.7 percent) and abdominal pain (80.8 percent, 69.6 percent, 73.6 percent) were observed, respectively, more frequently in pre-school than in school age and adolescents. CONCLUSION: There were differences in clinical characteristics according to age group. However, prolonged duration of constipation and an elevated number of complications were observed in all age groups, especially fecal soiling and abdominal pain.
Asunto(s)
Adolescente , Niño , Preescolar , Femenino , Humanos , Lactante , Masculino , Estreñimiento/epidemiología , Distribución por Edad , Brasil/epidemiología , Enfermedad Crónica , Estreñimiento/complicaciones , Estudios RetrospectivosRESUMEN
RACIONAL: Existem poucas informações a respeito da constipação em adolescentes. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de constipação em adolescentes matriculados em escolas de São José dos Campos, SP, Brasil, e a concomitância de constipação em seus pais biológicos. MÉTODOS: Neste estudo transversal foi analisada amostra de conveniência composta por alunos com idade entre 9 anos e 9 meses e 18 anos e 7 meses e seus respectivos pais biológicos em cinco escolas de São José dos Campos. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário individual. Foram analisados 372 adolescentes cujos pais também responderam ao questionário. Constipação foi caracterizada quando o adolescente apresentava eliminação de fezes com consistência obrigatoriamente endurecida e a ocorrência de pelo menos uma das seguintes características: dor ou dificuldade para evacuar, escape fecal e sangue em torno das fezes. Fezes com formato de cíbalos ou em pelotas grandes e secas e intervalo entre as evacuações maior ou igual a três dias foram considerados critérios que isoladamente caracterizavam constipação. Para os pais, constipação foi caracterizada de acordo com os critérios de Roma II. RESULTADOS: A prevalência de constipação nos adolescentes foi igual a 22,3 por cento, sendo mais freqüente no sexo feminino (27,4 por cento) do que no masculino (14,9 por cento). Constipação nos pais (7,3 por cento; 20/274) foi menos freqüente do que nas mães (27,3 por cento; 88/322). Observou-se concordância muito leve quanto à concomitância de constipação no adolescente e em sua mãe (kappa = 0,12) e à concomitância de constipação no adolescente e em seu pai (kappa = 0,05). CONCLUSÕES: Constipação intestinal é um distúrbio prevalente neste grupo de adolescentes. Não se constatou concordância relevante entre constipação nos adolescentes e em seus pais biológicos.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Adolescente , Estreñimiento/epidemiología , Padres , Brasil/epidemiología , Métodos Epidemiológicos , Factores SocioeconómicosRESUMEN
OBJETIVO: Apresentar os resultados dos exames de manometria anorretal realizados com um aparelho brasileiro computadorizado, que utiliza o método do balão para a caracterização do reflexo inibitório reto anal na investigação diagnóstica da doença de Hirschsprung, em crianças com constipação crônica. MÉTODOS: Foram analisados os resultados de 372 manometrias anorretais realizadas consecutivamente em pacientes com constipação crônica. O equipamento utilizado (Proctosystem-Viotti) possui dois canais utilizados para registar as pressões do esfíncter anal e da ampola retal por meio de balões conectados por sonda aos transdutores de pressão. Os valores pressóricos são avaliados em computador utilizando software específico. A ausência do reflexo inibitório reto-anal foi considerada como sugestiva de doença de Hirschsprung, sendo o diagnóstico confirmado pelos métodos tradicionais. RESULTADOS: Em 14 (3,8 por cento) dos 372 exames não foi caracterizado o reflexo inibitório reto-anal. Em nove destes 14 pacientes o diagnóstico de doença de Hirschsprung foi confirmado pela caracterização de ausência de células ganglionares na avaliação anatomopatológica. Nos outros cinco pacientes não foi realizada a biópsia retal em função da evolução clínica satisfatória com o tratamento clínico da constipação, sendo que em quatro a presença de reflexo inibitório reto-anal foi caracterizada por exame de manometria anorretal realizado posteriormente. CONCLUSÃO: O equipamento utilizado foi apropriado para a realização da manometria anorretal permitindo descartar o diagnóstico de doença de Hirschsprung em 86,5 por cento dos pacientes. Foi identificado um pequeno grupo de pacientes nos quais, em mais da metade, o diagnóstico definitivo de doença de Hirschsprung foi estabelecido.
Asunto(s)
Adolescente , Niño , Preescolar , Humanos , Lactante , Recién Nacido , Canal Anal/fisiología , Estreñimiento/diagnóstico , Enfermedad de Hirschsprung/diagnóstico , Manometría , Recto/fisiología , Distribución de Chi-Cuadrado , Enfermedad Crónica , Diagnóstico por Computador , Diagnóstico Diferencial , Reflejo/fisiologíaRESUMEN
Methane is an intestinal gas which may be excreted in the expired air of about 10% of children. OBJECTIVE: The aims of this study were to investigate methane production by children with functional chronic constipation and methane concentration in the expired air before and after a bowel movement induced by a phosphate enema. METHODS: Seventy-five patients with functional chronic constipation aged from 3 to 13 years were studied. Methane concentration in the expired air was determined using a gas chromatograph (Quintron, model 12i). Methane production was considered present if the breath methane concentration was equal or greater than 3 ppm. RESULTS: Methane production was present in 44 (86.3%) of 51 patients with constipation and fecal soiling versus only 7 (29.2%) of 24 patients with constipation without fecal soiling. After six weeks of therapy for constipation, the number of methane producers decreased by 65.2%. None of the 10 children with normal intestinal habit produced methane. Expired air methane concentration was determined before and after a bowel movement induced by a phosphate enema in 20 patients with impacted stool. From these 20 patients, 12 were methane producers. The median (percentiles 25 and 75 between parenthesis) of methane concentration decreased from 21.5 (15.0-25.5) ppm before to 11.0 (4.0-12.5) ppm after the bowel movement. CONCLUSION: Methane production was associated with chronic constipation with soiling and decreased when impacted stool decreased
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Preescolar , Niño , Adolescente , Pruebas Respiratorias , Estreñimiento , Metano , Enfermedad Crónica , EstreñimientoRESUMEN
O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da polimixina oral na microbiota duodenal e na evolução clínica de lactentes hospitalizados com quadros graves de diarréia aguda e persistente. Este estudo duplo-cego randomizado, incluiu 25 lactentes menores de um ano de idade, hospitalizados com diarréia aguda e persistente. Os pacientes foram randomizados para receber o tratamento com polimixina oral (10mg/kg/d) ou placebo por sete dias. Ambos os grupos receberam a mesma dieta (semi-elementar). Culturas de aspirado duodenal, incluindo pesquisa de aeróbios e anaeróbíos, e cultura de fezes, foram realizadas antes e após sete dias do tratamento. Cinco pacientes foram excluídos durante o decorrer do estudo. Os percentuais de pacientes que apresentaram proliferação bacteriana no intestino delgado (PBID) no grupo polimixina foram, respectivamente, 61,5 por cento (8113) antes do tratamento e 76,9 por cento (lOll3) após o tratamento. No grupo controle, estes valores foram, respectivamente, 71,4 por cento (5/7) e 57,1 por cento(4/7), antes e após o tratamento. No grupo polimixina, a Escherichia coli enteropatogênica clássica (EPEC) foi encontrada em 57,1 por cento (7113) dos pacientes antes do tratamento e em O,O por cento após tratamento. No grupo controle EPEC foi isolada em 57,1 por cento (4/7) dos pacientes antes do tratamento e em 14,3 por cento (2/7) após o tratamento. A duração, em dias, da diarréia após o início do estudo foi de 4,0 ñ 1,9 no grupo polimixina e em 3,8 ñ 2,3 no grupo controle (p=O,88). A média de ganho ponderar no final do ensaio foi 371 ñ 267g. no grupo polimixina e 276 ñ 244g. para o grupo controle (p=O,441). Cura clínica, no 4' dia, foi observada em 30,7 por cento (4113) no grupo polimixina e em 42,8 por cento (3/7) no grupo controle (p=O,651). Conclui-se que a polimixina por via oral não teve efeito em reduzir a proliferação bacteriana no intestino delgado e na evolução clínica de lactentes hospitalizados com diarréia aguda e persistente grave