RESUMEN
O propósito principal desta revisão é discutir a influência do ambiente sobre a susceptibilidade a crises e a epilepsia. Nós estamos constantemente expostos a diversas condições que exercem influências, positivas e negativas, sobre a nossa qualidade de vida. Esses fatores externos são capazes de moldar nossos cérebros desde a vida intrauterina até a morte. Eventos estressantes são reconhecidos como fator desencadeador de crises em pacientes com epilepsia. Diversos estudos experimentais estão de acordo com esses achados clínicos e apontam a corticosterona como o principal fator pró-convulsivo. Entretanto, os dados experimentais são vastos e apenas com atenção podemos detectar as informações relevantes. Por outro lado, ambientes enriquecidos promovem alterações plásticas em nossos cérebros, particularmente através da neurogênese, e podem potencialmente reduzir a susceptibilidade a crises, o dano neuronal e a neurogênese anormal induzidos pelas próprias crises. Finalmente, a prática regular de exercício físico tem se mostrado capaz de reduzir a frequência de crises e retardar o processo epileptogênico em modelos animais de epilepsia, além de reduzir ou mesmo eliminar os efeitos do estresse.
The main purpose of this review is to bring out to discussion the environment influence over seizure susceptibility and epilepsy. We are constantly exposed to such different conditions that exert positive as well as negative influences in our quality of life. These external factors are able to shape our brains and neural circuits from intrauterine life until death. Stressful events are known as seizure precipitants in patients with epilepsy. Although several animal studies are in line with these clinical findings, pointing out that corticosterone is one of the major pro-convulsant factor, however the experimental data are vast and only with close attention we can detect the relevant information. On the other hand, enriched environments promote plastic changes in our brains, particularly through neurogenesis, that can potentially reduce seizure susceptibility, and the aberrant neurogenesis and neuronal damage both induced by the seizures themselves. Finally, regular practice of physical exercise has been shown to reduce seizure frequency and delay epileptogenic process in animal models of epilepsy, in addition to reduce, or even eliminate stress levels.